O novo fechamento de Armação de Búzios, determinado pela Justiça como medida para conter o avanço da Covid-19 , foi alvo de comentários do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em publicação no Twitter. Em um dos posts, ele diz com ironia que "quem for turista e estiver em Búzios até domingo morrerá, quem estiver fora de Búzios sobreviverá."
O parlamentar se referiu à decisão de turistas terem de deixar a cidade num prazo de 72 horas — que termina neste sábado (19). A medida de permitir a permanência e visitação somente de moradores e de pessoas com vínculo empregatício no município, a ser comprovado nas barreiras, visa a evitar aglomerações, uma vez que o número de casos cresceu rapidamente este mês.
Uma moradora da cidade, na Região dos Lagos, questionou a mensagem de Eduardo Bolsonaro . Ela escreveu: "Sou de Búzios. Me diga por que não é bom o lockdown? Os casos aqui dispararam. Depois da testagem em massa, subiu muito. A cidade pode até ser turistica, mas agora não é tempo de turismo, e não foi a própria cidade que optou por isso (a prefeitura no caso). Ela foi intimada."
A prefeitura recorreu da decisão, porém ainda não houve julgamento. O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Claudio de Mello Tavares, passou a quinta-feira em sessão da comissão que julga o processo de impeachment do governador afastado Wilson Witzel.
No fim da noite de quinta-feira, começou a circular a informação de que a Justiça teria suspendido o lockdown em Búzios, o que foi negado pelo órgão:
"É falsa a notícia, divulgada em alguns sites nesta quinta-feira (17/12), sobre decisão do presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro relativa ao lockdown em Búzios. O desembargador Claudio de Mello Tavares passou o dia presidindo o Tribunal Especial Misto, e, portanto, só dará nesta sexta (18/12) decisão nesse processo."
Horas antes, baseado na informação incorreta, Eduardo Bolsonaro comemorou o passo atrás sobre a medida de restrição. Em um trecho o deputado escreveu "Aí a população se revoltou e mostrou que a vontade do povo deve ser suprema. O prefeito agiu e conseguiu derrubar a restrição que destruiria o local."
A decisão judicial levou, nesta quinta-feira, moradores, empresários e trabalhadores da área turística da cidade na Região dos Lagos a realizarem um protesto no primeiro dia do lockdown.