Guedes
Luciano Rocha
Guedes diz que havia resistência dentro do governo para avançar com privatizações


Depois de acusar parlamentares de articularem um acordo para bloquear o programa de privatizações, o ministro da Economia, Paulo Guedes , afirmou nesta segunda-feira (23) que havia resistência também dentro do governo à venda de estatais.


"As privatizações não andaram, e eu estou convencido hoje, porque havia um acordo político de centro-esquerda para não pautar. E dentro do governo também alguma resistência, em alguns ministérios. Todo ministro gosta de uma empresa que está embaixo do ministério dele. Alguns ministros nossos, no início não compreenderam a importância do programa de privatizações para derrubar a dívida/PIB", disse o ministro, durante evento online da Câmara Internacional de Comércio.

Sem detalhar que ministros seriam contra as privatizações, Guedes afirmou que a resistência entre os colegas de Esplanada foi vencida:

"Agora todo mundo entendeu a importância crucial da privatização".

No início do governo, o então ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, apresentava resistência à venda dos Correios . A pasta foi desmembrada, e o processo de desestatização ficou sob coordenação de Fabio Faria, ministro de Comunicações.

'Às vezes, política não anda'

A acusação de que há um acordo no Congresso para bloquear desestatizações tem sido repetida pelo ministro nos últimos meses. No fim de setembro,ele direcionou a crítica diretamente ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que rebateu afirmando que Guedes estava "desequilibrado".

A afirmação nesta segunda foi dada como resposta do ministro às avaliações de analistas que apontam promessas não entregues pela pasta, como a abertura comercial , as privatizações e a reforma tributária .

"As coisas são entregues. Agora, tem a política. E a política às vezes anda, às vezes não anda. Às vezes bloqueia. Atrasou um pouco a administrativa, perturbou bastante a tributária. Impediu as privatizações", afirmou o ministro.

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