Cobrado pela alta no preço dos alimentos , o presidente Jair Bolsonaro se defendeu nesta segunda-feira (23) em uma sequência de comentários no Facebook. Bolsonaro afirmou que a pandemia "desajustou o mercado", citou a carga tributária e disse que não é possível fazer um tabelamento. A pressão dos preços de alimentos tem influenciado o crescimento da inflação.
Bolsonaro publicou um vídeo institucional do governo, voltado para o mercado exterior, sobre o agronegócio brasileiro. Nos comentários, no entanto, diversas pessoas reclamaram do aumento no preço da comida . O presidente respondeu quatro desses comentários, com argumentos parecidos.
"Os preços no exterior são muito superiores aos praticados aqui. Não se pode começar uma crítica com falácias ou mentiras. Baixam-se os preços na lei da oferta e da procura, e não com tabelamentos. Não se esqueça da pandemia, do fique em casa, etc. Tudo isso desajustou o mercado, mas não tivemos desabastecimento. Estamos fazendo o possível na busca da normalidade", escreveu para uma pessoa.
"Procure saber sobre a carga tributária nos alimentos e os custos de produção. Peço então apontar os verdadeiros responsáveis. No mais não se esqueça do que ainda vivemos, a pandemia, que desajustou, em parte, os mercados. Tudo fizemos para que o 'fique em casa' não chegasse no campo, caso contrário teríamos algo pior, o desabastecimento", respondeu a outra.
Bolsonaro chegou a utilizar o fato de uma pessoa ter apoiado o distanciamento social, com o objetivo de diminuir o contágio do novo coronavírus (Sars-Cov-2), para desqualificar seu comentário. O homem disse ser um apoiador do presidente , mas que com alimentos caro fica "difícil".
Bolsonaro, então, publicou uma foto antiga do seguidor, com a inscrição "não faça o vírus circular, proteja quem você ama" e disse: "você mesmo estimulou o 'fique em casa'. Houve um desarranjo em quase tudo no Brasil. Socorremos 67 milhões de pessoas no auxílio emergencial , exatamente para que pudessem, em grande parte, se alimentar. Temos trabalhado, e muito, para a volta da normalidade".
O presidente é um crítico das medidas de isolamento social, recomendadas por especialistas para conter a propagação da Covid-19 . A doença já matou mais de 169 mil brasileiros.