A abertura controlada para o uso do Pix foi defendida pelo diretor de organização do sistema financeiro e resolução do Banco Central , João Manoel Pinho de Melo. Segundo o afirmado por ele, nesta segunda-feira (9), essa fase é necessária para que o sistema seja testado.
"Fazemos essa abertura porque sabemos que terão problemas. Nós não sabemos quais são, mas sabemos que problemas pontuais vão existir. Mas é difícil saber quais são e antecipá-los. Por isso tivemos duas semanas de testes com os participantes do mercado", disse o diretor durante um evento virtual promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
De acordo com o diretor de inovação, produtos e serviços bancários da federação, Leandro Vilain, os problemas detectados na fase de testes para a implementação do Pix já foram arrumados .
"Eram problemas muito pontuais, como um banco não conseguindo ler a agência do outro porque tinha zeros à esquerda, por exemplo. Coisas que foram corrigidas em menos de 30 minutos ", afirmou.
Na última sexta-feira (6), foram registradas 57 mil transações pelo Pix, totalizando um valor de R$ 21,1 milhões movimentados , a maior quantia em um dia até o momento. Durante o fim de semana, 19,5 mil transações foram responsáveis por R$ 4,2 milhões transacionados.
"A partir de hoje começaremos a aumentar os volumes para estar tudo pronto e, no dia 16, iniciaremos tudo", disse Vilain.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, afirmou que a entrada em operação do Pix deve ter impacto limitado nas receitas bancárias. "Temos dados concretos de que cerca de 60% das contas transacionais já são isentas de tarifas . No restante, 40%, uma parte significativa também não paga nada, seja pelo relacionamento com o banco ou porque tem um pacote contratado que não cobra essas taxas. Não é o Pix que vai fazer com que haja uma grande perda de receita bancária", explicou.
Quanto à segurança da ferramenta, Pinho de Melo afirma que as instituições financeiras já possuem os requisitos para proteger quem paga e quem recebe .
"Se uma conta for suspeita do lado recebedor, a instituição já tem um instrumento para bloquear o recebimento porque, para ela, é custoso ter que fazer todo o processo de devolução depois. E isso é comunicado automaticamente para o Banco Central, que marca aquela conta para todos os integrantes do sistema", contou.
Ele completa afirmando que é normal o receio do consumidor ao usar a ferramenta, mas deixa bem claro que, com o tempo, esse pé atrás deve diminuir.
"Os procedimentos de segurança são os mesmos observados em outros meios de pagamento, como TED e DOC . O Pix também está em um ambiente controlado. Todos os cuidados que os usuários têm que tomar com os meios de pagamento atuais quando fazem uma compra online ou uma transferência, por exemplo, também terão que ser tomados com o Pix. São os cuidados normais para se evitar fraudes", disse Pinho de Melo.