O salário mínimo para uma família de quatro integrantes, dois adultos e duas crianças, conseguir se sustentar, deveria ter sido de R$ 5.005,91 em outubro, de acordo com cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O valor é 4,79 vezes maior do que o salário mínimo real do mês passado, R$ 1.045. O cálculo do Dieese tem como base o preço das cestas básicas em 17 capitais brasileiras pesquisadas. A mais cara de outubro, a cesta de São Paulo, chegou a R$ 595,87.
O maior aumento do mês foi visto na cesta básica de Brasília, que subiu 10,03% entre setembro e outubro, atingindo R$ 490,48. O conjunto de alimentos básicos mais barato do Brasil foi visto em Natal, R$ 436,76.
A diferença entre a cesta básica mais cara e a mais barata do país chegou a R$ 159,11 em outubro, e o salário mínimo é nacional, de R$ 1.045 em todos os estados.
Salário mínimo não deve ter aumento real em 2021
No ano que vem, o piso nacional seguirá muito abaixo do ideal com base nas contas do Dieese. De acordo com proposta enviada ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro , o salário mínimo deverá ser de R$ 1.067 no ano que vem, apenas com reposição inflacionária, sem aumento real para os trabalhadores pelo segundo ano seguido .
Esse valor projetado faz parte do Projeto de Lei Orçamentária Anual. Com a alta da inflação nos últimos meses, ele pode subir, já que, em setembro, o próprio Ministério da Economia revisou sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2020, que é usado para reajustar o piso nacional e foi a 2,35% ante previsão anterior de 2,09%. Caso essa taxa inflacionária seja confirmada - ou superada, o salário mínimo subirá.