A equipe econômica estuda pagar mais duas parcelas do seguro-desemprego aos trabalhadores demitidos na pandemia, mas reduzindo a menos da metade o público que se beneficiar com a medida.
A medida seria a contraproposta do governo às centrais sindicais, que buscam a ampliação das parcelas do seguro-desemprego aos demitidos na pandemia.
De acordo com a proposta apresentada nesta segunda-feira (26), o universo de beneficiados baixaria de 6,5 milhões de demitidos, estimados inicialmente, para 2,76 milhões. Com isso, o custo projetado em R$ 16,4 bilhões cairia para R$ 7,3 bilhões.
Quem foi demitido a partir de 31 de julho não poderá ganhar o benefício extra.
As centrais sindicais defendiam novas parcelas para todos os demitidos na pandemia , mas essa ampliação tardia invadiria 2021, e o governo depende do estado de calamidade pública, que termina em 31 de dezembro de 2020, para ampliar o seguro-desemprego sem ferir o teto de gastos. Isso porque o estado de calamidade permite o afrouxamento dos gastos públicos e, neste ano, o governo está autorizado a gastar acima da inflação do ano passado para conter os efeitos da crise.
A proposta de reduzir o número de beneficiários do seguro-desemprego na ampliação é uma espécie de meio termo entre o que defendiam as centrais sindicais e o governo, que primeiro foi contra o pedido dos sindicatos.