O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (21) que vai "sugerir" ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que destine recursos da estatal para a criação do chamado "Vale do Silício da Biotecnologia", um centro de pesquisas imaginado para a região de Campinas, no interior paulista.
Dizendo-se "maravilhado" com a inauguração da primeira linha de pesquisas do Sirius, um grande equipamento científico composto por três aceleradores de elétrons e que têm como função gerar um tipo especial de luz, Bolsonaro disse que não pode interferir na estatal, mas prometeu tratar do assunto com o comando da petroleira. O projeto do Sirius custou R$ 1,8 bilhão e foi construído no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
"Dada a excelência das empresas que circunvizinham esta grande obra, por que não temos aqui do lado o Vale do Silício da Biotecnologia ?", sugeriu Bolsonaro.
O presidente contou que já "sugeriu" mudanças em estatais, mas negou que essas sugestões tenham sido interferência. Ele contou que, ainda durante a transição de governo, "descobriu" que a Petrobras tinha um patrocínio de R$ 700 milhões com uma escuderia da Fórmula 1. Depois de conversar com o presidente da empresa, "o assunto se resolveu".
"Agora me comprometi com ele (Jose Roque, presidente do CNPEM) de ligar para o presidente da Petrobras e falar com ele: 'por que não, em havendo recursos, sem interferência nenhuma, por que não destinar recursos para esta obra, para este nosso futuro que será o Vale do Silício da Biotecnologia?'", questionou o presidente, que ficou no CNPEM por mais de uma hora e meia sem usar máscara, e saiu sem falar com a imprensa.
O antigo sonho da região do interior paulista é criar um centro de pesquisas, que poderia ser beneficiado com o novo experimento do CNPEM. Este é considerado o maior complexo científico do país , e sua primeira linha de pesquisa, a Manacá, entrou oficialmente em funcionamento nesta quarta-feira.