As longas filas
marcaram, por muito tempo, os pagamentos do auxílio emergencial
. Umas com distanciamento e bem organizadas, outras com aglomerações e bagunça, o fato é que muitos brasileiros precisaram esperar horas para poder sacar cada parcela da ajuda do governo federal para minimizar os efeitos da crise provocada pela pandemia.
Segundo a Caixa Econômica Federal, esse problema foi sanado. De fato, o calendário mais espaçado e a organização das filas, em muitos casos fechando ruas para que os beneficiários pudessem esperar respeitando o distanciamento social, surtiu efeito. Nas grandes capitais, as notícias e relatos de longas filas nos saques do auxílio emergencial diminuíram. No interior do Ceará, por outro lado, o cenário é outro. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo , em Cratéus, é preciso esperar por pelo menos 12 horas para poder ser atendido na única agência da Caixa no município.
A grande procura pelo benefício, inclusive, criou a 'máfia da fila', com vendas de senhas para ser atendido mais rapidamente. Os relatos vão de pessoas dormindo no chão a idosos aglomerados em busca do auxílio e também do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), liberado emergencialmente e com valor máximo de R$ 1.045.
Na máfia da fila , as pessoas entram na espera, ocupam lugares com objetos pessoais e depois vendem senhas para outra pessoa ocupar sua vaga por até R$ 50. A Guarda Civil Metropolitana já chegou a fiscalizar a fila da agência de Cratéus para coibir isso. No entanto, quem realmente precisa dos serviços da Caixa e vai sacar o dinheiro acaba pagando por um lugar na fila. Na única agência do município, os atendimentos só são feitos com agendamento, com média de espera de dois dias.
De acordo com a Caixa, porém, o observado pela Folha de S.Paulo e confirmado pelos relatos dos que enfrentam as longas filas, não condiz com a verdade. O banco garante que todos os clientes que procuram a agência em Crateús são atendidos no próprio dia, sem agendamento e limite de senhas, como relatam os beneficiários.