Obrigatórias em muito lugares, impopulares entre alguns, mas parte da vida de quase todo o mundo em 2020, as máscaras de proteção contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) tem a China como grande dominadora do mercado de vendas. Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), a segunda maior economia do mundo controla 57% do mercado global de máscaras.
Desde o início da pandemia, segundo a OMC, a China já arrecadou mais de US$ 40 bilhões em máscaras. O mercado é avaliado em US$ 71 bilhões nos seis primeiros meses deste ano.
Protetoras, descartáveis ou criativas, as máscaras circulam o mundo e têm a China como grande país exportador. Em menos de um ano, as vendas de máscaras praticamente dobraram, com salto de 89%, por conta do novo coronavírus.
Outros equipamentos de proteção recomendados contra a disseminação da Covid-19, como luvas e óculos, também têm mercado fortemente dominado pelos chineses. De janeiro a julho, esse segmento chegou a atingir US$ 98 bilhões, e quase metade desse montante é representado por vendas chinesas.
Levando em consideração apenas as máscaras, as exportações da China nos primeiros seis meses são equivalentes a tudo o que o Brasil vendeu em alguns de seus produtos do agronegócio, inclusive para a própria China, maior parceira comercial.
Segundo a Confederação Nacional da Agricultura, nos primeiros seis meses, o Brasil exportou US$ 23,8 bilhões em soja, US$ 4,2 bilhões em carne bovina in natura, US$ 3,5 bilhões em açúcar de cana e US$ 3,5 bilhões em farelo de soja. A soma de tudo isso chega a US$ 35 bilhões, abaixo dos US$ 40 bilhões vendidos pela China em máscaras.
Os dados oficiais dizem que, entre março e maio, a China vendeu ao mundo mais de 50 bilhões de máscaras.