Após mais uma semana de desavenças públicas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, podem se encontrar nesta segunda-feira (5). Os dois foram convidados e devem ir a um jantar marcado por políticos, que tentam reaproximar os dois.
Nos últimos dias, políticos próximos a Maia e Guedes têm se esforçado para aproximar os dois. O argumento para acalmar os ânimos é que as reformas econômicas precisam avançar e que o atrito entre o titular da Economia e o presidente da Câmara só pior a situação.
Nas palavras de um interlocutor, as desavenças entre os dois representam um cenário de "perde-perde".
O encontro foi articulado pelos senadores Kátia Abreu e Renan Calheiros. O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas também estaria participando das conversas.
Nesta semana, Maia reagiu nas redes sociais após informações de que a reforma tributária fora adiada."Por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?", provocou Maia.
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No dia seguinte, durante a divulgação dos resultados do emprego formal em agosto, o ministro citou boatos de que Maia teria feito um acordo com a esquerda para não pautar as privatizações, um dos itens mais relevantes da agenda econômica do governo.
Na sequência, Maia rebateu, dizendo que Guedes está "desequilibrado" e deveria assistir ao filme A Queda. O longa trata dos últimos momentos de Adolf Hitler à frente da Alemanha nazista.
Almoço com Bolsonaro no sábado
A tentativa de minimizar conflitos envolvendo o presidente da Câmara não é a única. No sábado (3), Guedes participou de um almoço com o presidente Jair Bolsonaro após o aumento de tensão com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, na última sexta-feira (2).
Marinho se reuniu na sexta-feira (2) com analistas de mercado. Comentários atribuídos a ele dão conta que ele teria dito que o Renda Cidadã, o substituto do Bolsa Família, sairá "da melhor maneira ou da pior" e teria feito críticas a Guedes.
Indagado sobre as declarações, que foram negadas posteriormente pela pasta do Desenvolvimento, Guedes disse inicialmente não acreditar no teor dos comentários.
Mas acrescentou que se, de fato, tivessem sido feitos, o ministro era "despreparado", "desleal" e "fura-teto", em uma referência ao teto de gastos, a regra fiscal que limita o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior.