Para bancar o Renda Cidadã, o governo pensa em acabar com o desconto de 20% dado automaticamente aos contribuintes que optam pela declaração simplificada do Imposto de Renda da pessoa física. Essa medida pode atingir mais de 17 milhões de pessoas. A informação foi obtida por reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Técnicos do Ministério da Economia disseram ao jornal que, somente com esse corte de desconto, o benefício mensal médio do Bolsa Família poderia ser ampliado de R$ 190 para valores entre R$ 230 e R$ 240.
Criado há 45 anos, o formulário simplificado da declaração do IR
deixaria de existir. Em troca, o direito às deduções médicas e educacionais seria mantido, benefícios que eram ameaçados pelo Ministério da Economia desde o ano passado.
Mesmo cortando o desconto de 20% no Imposto de Renda, seria preciso abrir espaço no teto de gastos, regra que limita as despesas públicas à variação da inflação.
O Ministério da Economia argumenta que o modelo simplificado do IR somente fazia sentido quando o mundo não era digitalizado, e era trabalhoso para os contribuintes guardar, reunir e recuperar a papelada que seria apresentada para viabilizar as deduções.
A equipe do ministro Paulo Guedes ainda trabalha nas contas da economia que seria gerada com o corte.