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Raphael Ribeiro/BCB
Banco Central divulgou aumento do endividamento público e revelou que nível é o pior em 19 anos

Registrando o sétimo mês seguido de crescimento, a dívida pública atingiu o patamar de 86,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em julho, de acordo com os dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira (31).

O nível da dívida é o maior da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001, e representa R$ 6,2 trilhões. Só no mês de julho, a dívida subiu R$ 56,5 bilhões, representando 1 ponto percentual. Em julho de 2019, o déficit fiscal havia sido de R$ 2,763 bilhões.

Esse rápido crescimento do endividamento reflete o aumento dos gastos do governo no enfrentamento dos efeitos da Covid-19. Sem recursos para financiar essas despesas inesperadas, o governo precisou se endividar.

De acordo com a projeção da Instituição Fiscal Independente (IFI), esse endividamento deve continuar aumentando nos próximos meses e atingir 96,1% ao final do ano. Se a projeção se concretizar, significará um crescimento de 20,3 pontos percentuais em relação a 2019.

A estatística considera a dívida pública bruta, que compreende o governo federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os governos estaduais e municipais. O dado é acompanhado de perto pelo mercado financeiro para medir a capacidade do país de pagar suas dívidas, o nível de solvência.

Déficit

As contas públicas brasileiras registraram em julho um déficit de R$ 81,1 bilhões. O resultado foi principalmente puxado pelo número do governo central, um déficit de R$ 88,1 bilhões e suavizado por superávits nos governos regionais, de R$ 6,3 bilhões, e das empresas estatais, de R$ 790 milhões.

A queda na arrecadação, com a desaceleração da economia, e o aumento de gastos para medidas de enfrentamento à Covid-19, contribuíram para o resultado. O número, que exclui os gastos com juros da dívida, é referente ao chamado setor público consolidado, que engloba União, estados, municípios e empresas estatais .

No ano, o defícit já é de R$ 483,8 bilhões, ante um resultado negativa de apenas R$ 8,5 bilhões no mesmo período de 2019.

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