Após recusar a primeira proposta da equipe econômica para o Renda Brasil, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e outros integrantes da cúpula do governo na manhã desta sexta-feira (28) para discutir um novo formato para o programa social e a prorrogação do auxílio emergencial.
A reunião ocorreu no Palácio do Planalto, onde Bolsonaro e Guedes participarão de um evento nesta sexta-feira às 15h, uma celebração do Dia Nacional do Voluntariado.
Segundo fontes, a expectativa é que o governo anuncia o pagamento de parcelas adicionais do auxílio emergencial em um valor próximo de R$ 300,
mas ainda não há confirmação sobre o valor exato dos repasses extras do benefício.
Em outra frente, Bolsonaro analisa qual será o melhor desenho para o Renda Brasil, que substituirá tanto o auxílio emergencial como o Bolsa Família. Técnicos apresentaram várias opções de formato ao presidente, mas ainda não há definição.
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Nos últimos dias, integrantes da equipe econômica aventaram a possibilidade de transformar a nova prorrogação do auxílio emergencial em uma espécie de teste para o Renda Brasil,
enquanto não há um consenso sobre como financiar
o futuro benefício em 2021.
Inicialmente, Guedes sugeriu que o novo programa tivesse orçamento de R$ 52 bilhões, bancados parcialmente com a extinção de outros benefícios, como o abono salarial. Mas Bolsonaro rejeitou essa ideia publicamente, ao afirmar que esse remanejamento significaria tirar "dos pobres para dar aos paupérrimos".
A equipe econômica, então, passou a estudar alternativas, como reduzir o alcance do abono e desvincular o Orçamento, para abrir espaço para o novo programa sem furar o teto de gastos
— outra determinação de Bolsonaro.
Segundo um técnico, a recomendação é que o novo benefício respeite a trava fiscal — que impede o crescimento de despesas além da inflação do ano anterior. Ao mesmo tempo, o presidente quer um valor médio do auxílio, que não seja nem tão baixo como R$ 200, nem tão alto como R$ 600, por admitir que a manutenção desse patamar é inviável para as contas públicas.