A Aurora Alimentos realizará testes diagnósticos para Covid-19 em cerca de 11 mil trabalhadores das unidades de Guatambu, Xaxim e Chapecó. A medida faz parte de um acordo com o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC) firmado no início de agosto e vai abranger também os funcionários terceirizados. Mas a testagem não está associada a identificação do novo coronavírus (Sars-Cov-2) em frango exportado pela empresa para a China, que ocasionou suspensão de importações por parte de Hong Kong e Filipinas.
A testagem é parte de um projeto nacional do Ministério Público do Trabalho (MPT) para adequação das condições de trabalho em frigoríficos. Sob as suspeitas de ter o frango contaminado, a Aurora informou que não foi notificada oficialmente pelas autoridades internacionais.
Os testes serão feitos a partir do dia 21 de agosto em duas etapas com intervalos de 14 a 21 dias, podendo chegar a 22 mil procedimentos. Segundo o MPT, esse montante representa cerca de 10% do total dos 220 mil exames já realizados pelo governo de Santa Catarina desde o início da pandemia.
Os trabalhadores submetidos aos testes não poderão retornar às atividades até o resultado dos exames e avaliação clínica para checar as condições de saúde e identificação de eventuais empregados com a doença.
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Os funcionários que testarem positivo para a Covid-19
ficarão afastados por 14 dias e só vão retornar ao trabalho se estiverem assintomáticos há pelo menos 72 horas. Os que tiveram resultados negativos poderão voltar ao trabalho, desde que também sem sintomas por 72 horas.
Vetos comerciais
A preocupação com o novo coronavírus têm jogado luz às medidas sanitárias e condições de trabalho em frigoríficos e influenciado as decisões comerciais entre os países. Na semana passada, uma amostra de asas de frango congeladas importadas do Brasil apresentou resultado positivo para o novo coronavírus, segundo comunicado do governo da cidade chinesa de Shenzhen.
O caso ainda está sendo investigado e discutido pelas autoridades dos dois países, mas já influenciou outros agentes do mercado a se posicionarem. Filipinas e Hong Kong anunciaram a suspensão de importação de aves brasileiras.
O governo brasileiro ameaçou recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) após as Filipinas vetarem as importações de frango sem qualquer notificação oficial.