A pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) fez com que mais de 8,9 milhões de empregos fossem perdidos no país durante o segundo trimestre deste ano, período mais crítico da doença, na comparação com os três primeiros meses do ano. Os dados são da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda é a maior na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. No primeiro trimestre, 92,2 milhões de brasileiros estavam ocupados, número reduzido drasticamente entre abril e junho. Hoje o Brasil tem 83,3 milhões de ocupados.
Os efeitos ainda não são sentidos na taxa de desemprego , de 13,3% para o periodo. Pela metodologia do IBGE, é considerado desempregado apenas quem efetivamente procura emprego e não acha. Quem desiste ou suspende a busca no período coberto pela pesquisa, não entra na estatística. São mais de 12,8 milhões de desocupados nessas condições.
Economistas afirmam que a alta do desemprego deve ser uma tendência nas próximas semanas. Indicadores como a taxa de isolamento estão caindo a cada dia, enquanto dados de mobilidade urbana apresentam elevação.
Você viu?
À medida que o distanciamento social é flexibilizado, mais pessoas tendem a procurar emprego, mas não encontrarão pelo baixo dinamismo da economia. Com isso, o mercado de trabalho fica mais pressionado.
Outros fatores como a diminuição do medo de contágio e o fim do auxílio emergencial e do seguro-desemprego também podem acelerar a alta nos próximos meses. Com a única fonte de renda de muitas famílias ficando escassa, a tendência é que mais pessoas saiam de casa na busca por uma vaga.
Atualmente, mais da metade da população em idade de trabalhar está sem ocupação.