Falta de oportunidades de emprego prolonga ciclo de desemprego na pandemia, mostra IBGE
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Falta de oportunidades de emprego prolonga ciclo de desemprego na pandemia, mostra IBGE

O número de pessoas que gostariam de trabalhar e não conseguem devido à pandemia ou por falta de vaga na cidade onde vivem cresceu na primeira semana de julho. Um total de 19,4 milhões de brasileiros não procurou  emprego por essas razões, segundo dados da Pnad Covid Semanal, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

É um crescimento de 1,6 milhão de trabalhadores nesse grupo, na comparação com a última semana de junho.

Nas últimas semanas, o número de pessoas que alegavam a pandemia ou falta de vagas como motivo para não procurar emprego vinha declinando, o que foi interrompido com o aumento registrado na primeira semana de julho. Parte do incremento nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste explicam o fenômeno.

Ainda não se pode dizer que esta é uma tendência no mercado de trabalho, uma vez que será necessário aguardar o resultado das próximas semanas para observar o comportamento da curva. Como os dados são semanais, há uma flutuação e volatilidade maior dos indicadores.

— Para afirmar que está vindo uma nova onda de locais fechados e um medo da pandemia e da contaminação é preciso esperar uma semana para ver se reverte (a tendência) ou se é uma semana atípica — explica Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa do IBGE.

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A pesquisadora do IBGE não descarta, no entanto, que as pessoas agora estejam alegando mais a falta de emprego do que a pandemia como motivo para não procurar emprego. Houve queda no número de pessoas desempregadas na semana, fenômeno causado pela desistência de buscar emprego na semana da pesquisa.

Na metodologia do IBGE, é considerado desempregado apenas quem efetivamente procura emprego e não acha. Quem desiste ou suspende a busca no período coberto pela pesquisa, não entra na estatística.

— Imagino que sejam forças contrárias. Conforme a pandemia vai reduzindo, os efeitos que a gente viu, principalmente no comércio, e a falta de trabalho podem impactar mais proporcionalmente do que a pandemia propriamente dita — ressalta.

A população fora da força de trabalho somava 76,8 milhões na primeira semana de julho. Em uma semana, mais 1,7 milhão passaram a integrar esse grupo, enquanto a população desocupada - que não está trabalhando mas está procurando vaga - registrou queda de 900 mil pessoas.

Ainda segundo o IBGE, na primeira semana de julho, o número de pessoas afastadas do trabalho por causa da pandemia caiu em 2 milhões, na comparação com a semana anterior. Parte desse grupo voltou a trabalhar, com a flexibilização das medidas de isolamento. Outra parcela foi demitida e não procurou trabalho.

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