A flexibilização das medidas de distanciamento social começam a aparecer no mercado de trabalho, fazendo com que o número de desempregados comece a parecer na estatística oficial. Dados da Pnad Covid, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que entre a terceira e quarta semana de junho, mais de 675 mil brasileiros ficaram desempregados.
O número de desempregados ficou em 12,4 milhões de pessoas entre 14 e 20 de junho, bem superior aos 9,8 milhões do início de maio. Com isso, a taxa de desemprego subiu para 13,1%
"A população desocupada e em busca de ocupação aumentou 26%, em relação a primeira semana de maio", pontuou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
O número de desempregados não vinha subindo o que se esperava diante do tamanho da crise do novo coronavírus (Sars-Cov-2), pela impossibilidade de procurar trabalho, o que caracteriza o desocupado.
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Este último grupo reúne potenciais desempregados, já que estavam disponíveis para trabalhar. Pela metodologia do IBGE, é considerado desempregado quem procura emprego e não acha.
Por isso, o número de desempregados potencial é elevado. De acordo com o IBGE, há 17,8 milhões de pessoas fora da força de trabalho que gostariam de trabalhar e não procuraram emprego por causa da pandemia ou por falta de trabalho onde vivem. São 487 mil pessoas a mais que entraram nesse grupo em uma semana.
"A pandemia vem, cada vez mais, deixando de ser o principal motivo que as pessoas alegam para não ter procurado trabalho", disse Maria Lúcia.
A flexibilização das medidas de isolamento social também tem levado a uma volta dos trabalhadores afastados ao trabalho. Semana a semana, o número de brasileiros que estão retornando às ocupações aumenta. Somente na última semana de junho, 800 mil brasileiros voltaram a trabalhar.
Se comparado desde maio, 6,3 milhões de brasileiros que estavam afastados do trabalho já voltaram a trabalhar.