Maio foi mais um mês de avanço do desemprego no Brasil, por causa da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (30) que a taxa de desocupação ficou em 12,3% no trimestre terminado em maio, o maior desde o início da série do instituto, em 2012. Já são 12,7 milhões de desempregados no Brasil, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc).
O número, porém, não mostra com precisão o estrago no mercado de trabalho com a pandemia. Segundo o IBGE, 7,8 milhões ficaram sem trabalho no trimestre encerrado em maio, mas boa parte não conseguiu voltar a procurar uma vaga, o que caracteriza o desempregado, justamente por causa da pandemia.
A Covid-19 fez que a força de trabalho (ocupados mais desempregados ) caísse em 9 millhões, nível recorde da série. Assim, menos da metade da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais) ficasse sem ocupação.
No trimestre anterior, de dezembro a fevereiro, a taxa de desemprego ficou em 11,6%.
O emprego formal também atingiu o menor ponto da série do IBGE. Em maio, eram 31,1 milhões, com 2,5 milhões de pessoas de trabalhadores sendo cortados, frente ao trimestre encerrado entre dezembro e fevereiro.
Você viu?
A informalidade também recuou. Concentrada em comércio e serviços, os trabalhadores informais, sem proteção social, foram fortemente atingidos pelo distanciamento social. Segundo o IBGE, o número de empregados sem carteira caiu 20,8%, os conta propria, 8,4%, e os trabalhadores domésticos, 18,9%
O IBGE vem divulgando também uma pesquisa específica sobre os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho, mas com divulgação semanal.
Esse levantamento não é comparável com a pesquisa que foi divulgada nesta terça-feira, mas mantém as mesmas tendências. A edição mais recente mostrou que mais de 17 milhões não conseguiram procurar emprego em maio por conta do novo coronavírus .
Nesta segunda-feira (29), o Ministério da Economia divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A pandemia levou ao fechamento de 1,4 milhão de vagas com carteira assinada.
Só em maio, a perda de postos de emprego formais chegou a 331.901. O saldo negativo, no entanto, ficou abaixo do registrado em abril, quando as demissões superaram contratações em 902.841.