As medidas emergenciais adotadas pelo governo federal para abrandar os impactos da pandemia de Covid-19 já atingem valor equivalente a dez vezes o espaço aberto no teto de gastos (limitação do crescimento dos gastos do governo com variação dos taxa de inflação) públicos em 2020.
Até o momento, R$ 489,5 bilhões foram desembolsados através de um credor extraordinário, sendo que a maior parte deste valor não foi abatido pelo cancelamento de outras despesas.
No ano passado,o teto ficou em R$ 1.407 trilhões. Já em 2020, com o valor corrigido pela inflação, o governo foi autorizado a aumentar as despesas para R$ 1.454 trilhões, um aumento de R$ 47,8 bilhões.
De acordo com a estimativa mais recente, os gastos sujeitos ao teto foram calculados em R$ 1.456 trilhões, aproximadamente R$ 2 bilhões acima do máximo permitido.
Segundo a equipe do Ministério da Economia, o abandono às medidas de austeridade devem ser temporárias e limitadas ao período de calamidade pública, se encerrada em dezembro deste ano. As demais despesas devem respeitar o teto de gastos.
Em meio a esse gasto excedente, o congresso faz lobby para que o Auxílio Emergencial seja transformado em um programa de renda básico. O ministro Paulo Guedes, porém, como alternativa, busca propor uma reforma do programa Bolsa Família, que passaria a chamar Renda Brasil.