O ministro da Economia, Paulo Guedes , disse nesta sexta-feira (3) que o novo programa Renda Brasil terá valor mais alto que o pago a beneficiários do Bolsa Família . O benefício deve ser lançado para substituir o auxílio emergencial de R$ 600.
"Da mesma forma que o Bolsa Família foi uma junção de dois ou três programas sociais e aquilo foi focalizado para chegar nos mais pobres, nós vamos fazer o mesmo movimento agora: juntar o Bolsa Família com dois ou três programas sociais também, mais focalizados, e vamos lançar o Renda Brasil, que deve ser um valor mais alto que o Bolsa Família", disse o ministro, durante conversa com empresários, transmitida ao vivo.
O valor médio pago no Bolsa Família gira em torno de R$ 190 por domicílio. O governo quer aumentar esse valor e, ao mesmo tempo, ampliar o número de assistidos por programas públicos.
Para fazer essa reformulação, o plano é rever benefícios considerados pouco eficientes, como o abono salarial , que custa cerca de R$ 20 bilhões por ano. A equipe econômica já tentou reduzir a abrangência do abono durante as discussões sobre a reforma da Previdência , mas a ideia não passou no Congresso .
A reestruturação da rede de proteção social faz parte dos esforços para criar uma espécie de "marca social" do governo Jair Bolsonaro , enquando o presidente se prepara para a disputa eleitoral. A equipe de Guedes já estudava uma reformulação dos programas, mas precisou acelerar as discussões diante da pandemia.
Além do novo sistema de transferência de renda, Guedes aposta na Carteira Verde-Amarela para incentivar a formalização de trabalhadores. Assim, o plano é atingir também quem hoje recebe auxílio emergencial .
"Nós agora vamos dignificar esse trabalho. Nós achamos que uma pessoa que possa ganhar R$ 500, R$ 600, R$ 700 trabalhando, em vez de simplesmente recorrer a R$ 200 do Bolsa Família , ou um pouco mais do Renda Brasil , nós queremos dignificar essa atividade", disse o ministro.