Depois de cenas de aglomerações em bares da cidade registradas nos últimos dias, o prefeito Marcelo Crivella afirmou que quer pedir apoio da Polícia Militar para as fiscalizações da prefeitura. Acontece que a PM já estava presente, apoiando as últimas operações da Vigilância Sanitária, como no caso das agressões verbais cometidas por frequentadores de um bar na Barra, filmado pela TV Globo. Nesta segunda, o fiscal vítima do ataque afirmou ao jornal O Globo que as agressões "não lhe atingiram", e que, inclusive teve auxílio de força policial no dia.
Segundo o prefeito, os policiais devem conduzir à delegacia e autuar pessoas que desacatarem fiscais. "Fiscais vão ali para salvar vidas. A partir do momento que são recebidos com tanta violência e ameaça, vamos precisar pedir apoio da PM para intervir, porque isso se chama crime de desobediência", disse Crivella, que ainda fez um apelo à população.
"Pior que coronavírus seria um surto de imprudência e negligência. Isso depende da consciência de cada um. Estamos perto da vacina, do antiviral, não faz sentido ter de novo uma curva alta por imprudência das pessoas."
Questionada sobre o que haveria de diferente nas operações, já que a PM atualmente presta apoio à Vigilância Sanitária, a prefeitura ainda não respondeu.
Fiscal diz que curva precisa ser observada e flexibilização pode parar
Neste domingo, o programa Fantástico, da TV Globo, mostrou uma noite de atuação de fiscais em bares e restaurantes. Num dos comportamentos hostis de frequentadores de bares na Barra, o superintendente de Educação e Projetos da Vigilância Sanitária Flavio Graça sofreu agressões verbais de um casal. Primeiro, falaram que "pagam o salário" de Garça, depois, a mulher do casal disse que seu companheiro é formado em engenharia, portanto, seria uma pessoa "melhor" que o fiscal, que é médico-veterinário, professor e doutor pela Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ).
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Em entrevista ao jornal O Globo , Garça explicou que, pela lei, os fiscais já podem pedir apoio da força policial, mas que isso é feito apenas em medidas extremas, quando ha muita agressividade do outro lado. Ele chegou a contar que, antes do ataque filmado, ele havia sofrido agressões verbais mais hostis de outros rapazes.
"Os ataques não me desestabilizam. Houve outros rapazes mais agressivos, ali a gente achou que seria agredido de fato, ficamos com medo. Se for incontrolável, melhor se retirar e pedir apoio policial", afirmou Garça.
Nesta sexta, está prevista a nova abertura da Fase 3 da prefeitura de flexibilização da economia. A partir de então, está liberada a ida à praia, por exemplo. Atualmente, só é permitida a prática de esportes na água, como surfe. Segundo Garça, porém, a possibilidade de se rever o planejamento precisa estar sempre "na mente", pois, se a curva de contágio voltar a subir, as fases precisam ser suspensas.
"Tem que monitorar diariamente indicadores, para, ao menor sinal de aumento significativo da curva, pararmos a retomada. Não adiantar a fase, ou até mesmo retroceder", afirmou Garça, que disse que as equipes estão se preparando para as fiscalizações nas praias.
"Ainda não é uma liberação total, porque barraqueiros não vão poder alugar barraca e cadeira, para se evitar compartilhamento de equipamento. Continuaremos verificando o respeito ao protocolo, o barraqueiro precisa de álcool gel para servir bebida, e o quiosque da orla precisa acatar o distanciamento. Cada etapa é um desafio."