As medidas de combate ao novo coronavírus (Sars-Cov-2) devem fazer o país registrar déficit de R$ 828,6 bilhões neste ano, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Ministério da Economia. A estimativa leva em consideração os resultados das contas públicas da União, estados e municípios.
A pasta divulgou ainda que espera que a dívida pública alcance 98,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, que ela seja basicamente do mesmo tamanho da soma de todas as riqueas produzidas no País até o fim de 2020, já que o Brasil já estava deficitário e precisou se endividar para bancar as despesas emergenciais. Se a previsão se confirmar, será um aumento de 22,4 pontos percentuais em relação ao registrado no ano passado (75,8%).
De acordo com a pasta, as ações contra a pandemia com impacto direto nos cofres federais chegaram a R$ 521,3 bilhões, já considerando a prorrogação do auxílio emergencial por dois meses — que elevou em R$ 101 bilhões os gastos com o programa.
O benefício a informais e autônomos é a ação com maior impacto fiscal adotada até agora pelo governo federal, com previsão de custo de R$ 254,2 bilhões.
Até hoje, no entanto, foram desembolsados R$ 121,5 bilhões do total, já que nem todas as parcelas foram pagas e ainda há pessoas aguardando na fila para receber a ajuda.
A maior parte das ações com impacto fiscal são despesas extras, mas a conta também inclui R$ 12,8 bilhões em perdas de receitas causadas por medidas como a redução de impostos cobrados sobre produtos relacionados ao combate à Covid-19.