Investigações policiais na cervejaria Backer começaram depois de contaminações e mortes geradas pelo consumo da cerveja Belorizontina
Divulgação Polícia Civil de Minas Gerais
Investigações policiais na cervejaria Backer começaram depois de contaminações e mortes geradas pelo consumo da cerveja Belorizontina


Na cervejaria Backer, produtora da cerveja  Belorizontina – que contaminou 42 pessoas no início do ano, das quais nove morreram – três dos profissionais responsáveis pela produção estavam atuando irregularmente, sem registro profissional.

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Dois engenheiros e um químico, que não possuiam registro profissional, estão entre os 11 indiciados pela intoxicação. Os três estavam irregulares junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e ao Conselho Regional de Química (CRQ), respectivamente. 

É o que mostra o inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais, concluído na semana passada depois de cinco meses de investigação do caso. Os três vão responder, entre os outros crimes, por exercício ilegal da profissão. De acordo com o artigo 47 do Decreto-Lei de infrações penais, “é ilegal exercer atividade econômica ou dizer que exerce sem cumprir com as exigências legais exigidas pelas categorias profissionais, sob a pena de prisão e multa”.

Os Conselhos exigem a regulamentação do registro de todos os profissionais para o exercício das funções em fábricas. A Polícia Civil constatou as irregularidades buscando em canais abertos dos dois conselhos. Mesmo que os profissionais possam se regularizar após a consulta, o que foi documentado no inquérito é que o vale para a investigação.

A investigação mostra que um dos engenheiros, que era o chefe da manutenção da cervejaria há 11 meses, afirmou ter graduação em Engenharia de Controle e Automação. Ele atuava em consertos e reparos técnicos da parte elétrica e hidráulica dos equipamentos da Backer.

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O outro químico e o engenheiro – graduado em Engenharia de Produção e com curso de cervejeiro – trabalhavam diretamente na produção das cervejas.  Na empresa, o engenheiro foi contratado como supervisor de produção. Em depoimento,  ele contou que já trabalhou no mesmo ramo em outras empresas.

O químico ocupava a função de gerente de qualidade, atuando diretamente no laboratório onde eram realizados testes de qualidade das bebidas.

Ambos estão ligados ao núcleo técnico e foram contratados para atuarem com conhecimento e perícia técnica, garantindo a segurança e qualidade dos produtos.

Eles foram indiciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentar dolosa.

Outros problemas na Backer

O inquérito descobriu um ambiente altamente desorganizado e uma série de “adaptações nos sistemas na fábrica” da Backer.

De acordo com a investigação, um técnico de manutenção da empresa fabricante do Tanque Jumbo 10 – onde foi constatado o vazamento de mono e dietilenoglicol, substâncias que contaminaram a cerveja – fez uma visita de manutenção na Backer e notou diversas inconformidades no equipamento de produção.

Tubulações enterradas por cima dos forros do galpão, além de canos de PVC mesclados com canos de inox tinham sido notadas  pelo técnico de manutenção.

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