Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia, enfrentam desafio inédito no século com a pandemia
Antonio Cruz/Agência Brasil
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia, enfrentam desafio inédito no século com a pandemia

A crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) deve fazer a economia brasileira recuar 8%, segundo estudo divulgado pelo Banco Mundial nesta segunda-feira (8). A projeção do organismo internacional indica uma recessão mais profunda que a esperada até agora por analistas do mercado financeiro, que projetam queda de 6,48% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano .

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Os dados fazem parte do relatório "Perspectivas Econômicas Globais". Em abril, o Banco Mundial  havia divulgado outro estudo em que previa  retração de 5% para o PIB do país. A projeção mais recente do governo para o desempenho econômico neste ano é de queda de 4,7%.

O desempenho da economia brasileira está em linha com o esperado para o resto do mundo. O Banco Mundial espera, para este ano, que o PIB global encolha 5,2% em 2020. Para países emergentes e em desenvolvimento, a projeção é de recuo de 2,5% — a primeira retração desse grupo de economias em ao menos 60 anos.

Retomada em 2021 pode ser mais lenta

Para 2021, a expectativa ainda é de retomada. A instituição prevê que a economia brasileira cresça 2,2% no ano que vem, em linha com o movimento esperado para o resto do mundo, que é de uma retomada de 4,2%. Mas esses dados podem ser revisados para baixo se os efeitos da pandemia se prolongarem.

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A entidade destaca o cenário de retomada mais forte, que leva em consideração que a crise se atenue o bastante para permitir a suspensão de medidas restritivas para conter a Covid-19  perto do meio do ano, nas economias avançadas, e um pouco mais tarde em países emergentes e em desenvolvimento, como o Brasil.

Em um cenário mais adverso, os emergentes podem registrar, neste ano, recuo de 5% e, em 2021, o crescimento global pode ser de apenas 1%. O Banco Mundial não abriu as projeções para cada país nesse cenário mais negativo.

"As perspectivas são extremamente incertas com o predomínio de riscos no sentido descendente, incluindo a possibilidade de uma pandemia mais prolongada, instabilidade financeira e retração do comércio global e cadeias de suprimento. Um cenário mais negativo poderia acarretar uma redução da economia global em até 8% neste ano, seguida de uma recuperação lenta em 2021 de apenas 1%, com uma contração do produto das EMED (emergentes e países em desenvolvimento) de quase 5% este ano", destaca um trecho do comunicado da instituição.

A organização defende ainda que o cenário pós-pandemia exigirá que países emergentes e em desenvolvimento invistam em redes de proteção social e em reformas, para proteger populações vulneráveis e fortalecer a capacidade dos países para prevenir e lidar com eventos semelhantes no futuro.

"É extremamente importante para as economias de mercado emergente e em desenvolvimento, que são especialmente vulneráveis, reforçar o sistema de saúde pública, abordar os desafios impostos pela informalidade e redes de proteção social limitadas e implementar reformas para gerar crescimento forte e sustentável assim que a crise passar", pontua outro trecho do relatório.

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