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Trabalhadores informais são os mais afetados pelos aumentos do desemprego e da desocupação, segundo o IBGE
Aaron Favila/Agência Pública
Trabalhadores informais são os mais afetados pelos aumentos do desemprego e da desocupação, segundo o IBGE

O desemprego no Brasil voltou a subir em abril e atingiu 12,6%, afetando 12,8 milhões de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é superior aos 11,2% do trimestre encerrado em janeiro e a maior desde março do ano passado (12,7%).

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Em relação ao trimestre encerrado em abril de 2019, o mesmo período da pesquisa divulgada nesta quinta, a taxa ficou estatisticamente estável, já que o índice de desemprego daquele período era de 12,5%.

A população ocupada teve uma queda recorde de 5,2% em três meses, desde janeiro deste ano, e caiu para menos de 90 milhões de brasileiros. Ao todo, 4,9 milhões de postos de trabalho foram fechados. Desse montante, 3,7 milhões eram trabalhadores informais .

O número de desempregados, porém, cresceu 898 mil pessoas, segundo o IBGE, porque, para ser caracterizado como desempregado, o trabalhador precisa estar procurando emprego. O número de desempregados só não foi maior, portanto, porque milhões deixaram de procurar emprego.

Em abril, a população que não trabalha teve alta de 7,9% - mais 5,2 milhões de pessoas - em três meses, chegando a 70,9 milhões de brasileiros. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 9,2% - mais 6 milhões de pessoas.

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Segundo o IBGE, estão fora da força de trabalho aqueles que não procuraram emprego, mas gostariam de ter um, ou os que chegaram a buscar emprego, mas não estavam disponíveis para trabalhar quando a pesquisa foi feita.  O desalento, que consiste em pessoas que desistiram de procurar emprego, também subiu - 7%, 328 mil pessoas a mais - no trimestre terminado em abril, atingindo 5 milhões de pessoas no Brasil.

Embora os informais tenham sido os mais afetados pelas demissões, como mostram os números e a pesquisa, os trabalhadores com carteira assinada também têm motivos para temer o desemprego. Em abril, o número de postos de trabalho com CLT atingiu o menor número da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 20112: apenas 32,2 milhões de pessoas.

Os três setores que mais demitiram neste ano foram:

  • Comércio: 1,2 milhão de pessoas;
  • Construção: 885 mil pessoas; e
  • Serviços domésticos: 727 mil pessoas - maior queda da série histórica.

Para tentar evitar uma perda ainda maior de empregos formais, o governo editou  medidas emergenciais que permitem redução temporária de jornada e salário , com percentuais de 25%, 50% e 70%, por três meses, ou ainda a suspensão do contrato de trabalho por dois meses, em troca de garantia de estabilidade pelo mesmo período. Ou seja, quem teve o salário reduzido por três meses, em tese, ficaria mais três meses após esse período com seu emprego garantido. Empresas que demitirem mesmo assim terão de pagar, além da rescisão normal, uma multa ao trabalhador.

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Segundo dados do Ministério da Economia desta quarta-feira (27), 8,1 milhões de trabalhadores foram incluídos ao que o governo chama de Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

Para ajudar os informais na crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), governo e Congresso criaram o auxílio emergencial , que rende ao trabalhador uma ajuda de R$ 600, a ser paga em três parcelas. Cerca de  53 milhões de brasileiros já receberam a primeira parcela, e boa parte também já recebeu a segunda. Confira os calendários dos pagamentos do 'coronavoucher' aqui .

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