Durante reunião por videoconferência com empresários nesta quinta-feira (14), o presidente da república, Jair Bolsonaro, afirmou: "Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo e para talvez tirar um proveito político lá na frente". O comentário seria destinado a Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da câmara dos deputados, apesar de Bolsonaro não ter citado o nome do chefe da câmara.
A inferência de que Bolsonaro falava de Maia se dá pelo teor das afimações durante a reunião.
"Entregar a MP da flexibilização para o PCdoB é para não resolver. Tem gente que não é do governo, que tá dentro da outra Casa, que não quer resolver o assunto, parece que fizeram acordo com a esquerda", disse Bolsonaro, referindo-se à entrega da relatoria da Medida Provisória 936, da redução de salários e jornadas, ao deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) – decisão de Maia.
'Vai morrer muito mais se economia continuar destroçada', diz Bolsonaro
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Com texto editado pelo governo, a MP 936 autoriza acordos entre empresários e empregados durante a crise econômica provocada pela pandemia. Segundo a visão do governo, com a MP empregos serão mantidos durante o período crítico da crise e a medida permite que vencimentos e carga horária sejam cortadas durante esse cenário.
Bolsonaro insinuou que a entrega da relatoria ao deputado do PCdoB seria um acordo de Maia com a esquerda.
"Não dá pra fazer acordo com a esquerda. Nós sabemos qual é a linha da esquerda, uma linha sindical. É uma linha realmente que não está voltada para o desenvolvimento", afirmou o presidente.
Além da pauta da MP trabalhista, Bolsonaro reclamou que a MP 910, que facilita a regularização fundiária no país, não avançou no Congresso. A medida perde a validade na próxima terça-feira (19) e altera leis que dispõem sobre a regularização fundiária das ocupações em terras da União, sobre a instituição de normas para licitações e contratos da administração pública, além de registros públicos de latifúndios.