Governo reviu projeção e passou a prever queda de 4,7% no PIB neste ano
Isac Nóbrega/PR
Governo reviu projeção e passou a prever queda de 4,7% no PIB neste ano

O governo federal passou a prever uma queda de 4,7% na economia brasileira neste ano. As novas projeções de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020 foram divulgadas nesta quarta-feira (13) pelo Ministério da Economia e trazem pela primeira vez os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) na atividade econômica. A última estimativa oficial, divulgada em março, ainda era de uma alta de 0,02%.

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Se esse número for confirmado, será a maior retração registrada no país desde 1962, quando iniciou a série disponível no site do Banco Central. Até agora, o pior resultado da economia brasileira foi registrada em 1990, quando houve uma queda de 4,35% no PIB . Em 2019, a economia cresceu 1,1%. Em 2018, 1,3%.

Para 2021, o governo estima que a economia brasileira crescerá 3,2%.

O governo tem mapeado efeitos significativos da pandemia do novo coronavírus sobre a atividade econômica, o que levou à queda brusca nas previsões oficiais. No último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central e que reúne as previsões de mercado, a projeção mostrou que a economia deve encolher 4,11% neste ano.

Organismos internacionais como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI) preveem um baque na economia brasileira em 2020 ainda pior que as projeções do governo. O Banco Mundial estima uma queda de 5% e o FMI, de 5,3%.

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Para diminuir o impacto da pandemia de Covid-19 na economia, o governo já anunciou uma série de medidas. Ao todo, as medidas anunciadas de combate ao novo coronavírus já chegam a R$ 349,4 bilhões em gastos do governo ou renúncia de receitas ao longo de 2020. São ações para aumentar diretamente os repasses para a saúde, além das medidas para reduzir os impactos econômicos da crise.

Perda de R$ 20 bi por semana

O governo avalia que há um um risco de forte aumento da inadimplência das empresas, de falências e aumento do desemprego . "Dessa forma, os efeitos da quarentena não se dão somente para o período em que vigora, mas com efeitos para os trimestres e anos posteriores", diz estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta.

Especialistas afirmam que o isolamento social é a única maneira de evitar uma disseminação descontrolada do vírus e, como consequência, um colapso no sistema de saúde das cidades.

A SPE estimou que a perda de uma semana adicional de quarentena é de R$ 20 bilhões para a economia do Brasil. A secretaria do ministério avalia que os custos envolvidos no isolamento devem ser muito maiores já que, quanto maior o tempo em isolamento social, maior será a perda de arrecadação das empresas e seu endividamento, promovendo um número crescente de falências e destruição de postos de trabalho.

"O mesmo efeito ocorre sobre o endividamento público, que tem gastos majorados e redução nas arrecadações. Assim, os canais de impacto da crise que afetam o médio e o longo prazo são amplificados por períodos maiores de isolamento social", pontuou.

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Para a Economia, se o isolamento se prolongar para além de maio, o efeito econômico será acentuado.

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