O presidente Jair Bolsonaro informou, nesta sexta-feira (27), que o ministro da Economia, Paulo Guedes , morará temporariamente na Granja do Torto , uma das residências oficiais da Presidência. Isso porque Guedes estaria com dificuldades para ficar no hotel em que morava em Brasília .
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"Eu não sei se [ Guedes
] já voltou para cá [ Brasília
]. Ele vai morar no Torto
, eu espero que não sofra crítica de vocês [imprensa]. Problema de hotel aqui, hotel fechado. Eu ofereci para ele morar no Torto
. Ele falou que topa. E não tem nenhum impedimento", afirmou o presidente.
Paulo Guedes está trabalhando no Rio desde a sexta-feira da semana passada. Não foi informada a data que retornará à capital federal.
O anúncio sobre a volta do ministro a Brasília foi feito em entrevista aos jornalistas no Palácio do Alvorada . Antes de falar com os jornalistas, Bolsonaro conversou por 11 minutos com apoiadores que o aguardavam.
Os pronunciamentos públicos de Bolsonaro contra a política de isolamento adotada por Estados e municípios surtiram efeito sobre o público que tradicionalmente comparece à porta da residência oficial todos os dias para esperar a chegada do presidente. Se nos últimos dias a plateia estava esvaziada, no fim da tarde de hoje dezenas de apoiadores aguardavam o presidente chegar do Palácio do Planalto . A reportagem contou 40 fãs, sendo seis crianças e três idosos.
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O presidente disse, entre outras coisas, que estudos relacionados à hidroxicloroquina
estão dando certo, que alguns governadores
vêm adotando um remédio "muito forte" para combater a pandemia e que, por isso, há problemas de escoamento de produtos.
Afirmou ainda que só 12% das mortes na Itália "tem a ver com o vírus, 88% não tem nada a ver".
Em determinado momento, um popular disse que há uma conspiração contra ele patrocinada pelos presidentes da Câmara , Rodrigo Maia ( DEM-RJ ), e do Senado , Davi Alcolumbre ( DEM-AP ). O presidente respondeu com uma brincadeira.
"Tem uma vaga de porta-voz, você quer?", disse, arrancando risos dos fãs.
Depois, já em entrevista coletiva, Bolsonaro se irritou quando questionado por jornalistas sobre se mostraria ou não o exame que comprova que ele não tem coronavírus .
"Você dorme comigo?", respondeu ao repórter que o havia indagado.
"A lei garante para qualquer um de nós o sigilo dessas informações", complementou.
O presidente contou que terá uma reunião amanhã com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta , e "mais uns cinco ou seis ministros" no Alvorada . Ele voltou a levantar dúvidas sobre o número oficial de mortes por coronavírus em São Paulo , os mais elevados do Brasil .
"O número de mortes lá é muito maior do que no Rio", afirmou.