O governo prepara um conjunto de mais de 20 medidas emergenciais para combater os efeitos da pandemia de coronavírus sobre a economia. Segundo uma fonte da área econômica, a expectativa é que sejam feitos anúncios "todos os dias".
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A ideia é que as ações respondam a demandas imediatas, enquanto a equipe econômica se esforça para acelerar a tramitação das reformas no Congresso
. Assim, seria possível atacar a crise em duas frentes: uma emergencial
, e outra com foco em medidas estruturantes. A avaliação é que, se o sinal for de que as reformas vão parar, o país perde credibilidade junto a investidores.
Na noite de quinta-feira, o Ministério
da
Economia
já anunciou parte das iniciativas para mitigar os efeitos da turbulência, incluindo a antecipação do pagamento de R$ 23 bilhões a aposentados e pensionistas, referente à primeira parcela do pagamento do 13º salário
. Também está em estudo a ampliação do limite para empréstimos consignados.
A avaliação do time do ministro Paulo Guedes é que não há espaço para a concessão de socorro que tenha impacto nas contas públicas, como redução de impostos. A opção é recorrer a ferramentas de crédito e relacionadas à política monetária, em ações coordenadas com o Banco Central e bancos públicos.
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Crédito para empresas aéreas
Uma dessas novas ações já está decidida. Nos próximos dias, deve ser anunciada uma linha especial de crédito para empresas aéreas. Pelo mecanismo, companhias do setor poderão rolar por até três meses financiamentos de capital de giro . O foco é dar um fôlego para o setor, diretamente afetado pelos efeitos da pandemia .
O uso da linha de crédito seria uma substituição à demanda inicial do setor, de desoneração de tributos, justamente por falta de espaço para abrir mão da arrecadação.]
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Na última quarta-feira, causou mal-estar entre parlamentares a falta de ações concretas na apresentação de Guedes
a líderes. O ministro usou o espaço para fazer uma defesa de 19 projetos incluídos em um ofício enviado ao Congresso
no início da semana, incluindo propostas de ajuste fiscal e revisão de marcos regulatórios.
Guedes , no entanto, tem insistido na importância de não repetir o receituário de governos do PT , que elevaram gastos públicos como resposta à crise financeira global de 2008. Embora as ações tenham mitigado os efeitos da turbulência num primeiro momento, o uso prolongado das medidas é apontado como um dos motivos para a crise fiscal que se seguiu nos anos seguintes.