Com os seguidos cortes do Banco Central (BC) na taxa Selic , os juros básicos da economia brasileira, a poupança e os investimentos em renda fixa têm perdido espaço para o mercado de ações .
Como isso, a bolsa de valores tem atraído a cada dia mais os pequenos investidores . E se o senso comum costuma levar quem está começando para as chamadas “blue chips” , empresas com grande valor de mercado e nomes reconhecidos como Vale e Petrobrás, nem sempre elas são as opções mais rentáveis.
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Uma opção de investimento são as small caps
, empresas de porte médio que também oferecem ações na bolsa
. Entre elas estão Endeavor, Qualicoop, Gerdau e Banco Inter.
Em abril de 2008, a bolsa brasileira criou o Índice Small Caps (SMLL) que hoje já conta com 75 empresas. Segundo Werner Roger, sócio da gestora de fundos Trígono Capital, desde a sua criação, o SMLL rendeu 147% . No mesmo período, o Ibovespa rendeu 51,5%.
Para investir nas small caps, o SMLL não é a única opção. A própria Trígono tem um fundo próprio que reúne de 15 a 20 small caps com resultados ainda melhores, o fundo Flagship , criado em abril de 2018.
Roger afirma que desde a sua criação, o Flagship rendeu 99,6% . No mesmo período, o SMLL subiu 49,4% e o Ibovespa 21,9%.
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O valor mínimo para começar investir no Flagship, é de R$ 500
e o prazo de retirada, a partir desta sexta-feira (6) é de 60 dias. O fundo está disponível em plataformas de investimentos como Órama e BTG Pactual, mas no próprio site da Trígono é possível começar a investir neste link
.
Sem imediatismo
Se a ideia de começar a investir em ações e small caps parece tentadora, também é importante ponderar.
Primeiro porque o mercado de ações envolve risco e segundo, como Werner Roger ressalta, é um investimento que tem que ser avaliado no longo prazo . Ele afirma que o investidor deve ter em mente esperar no mínimo dois anos para ver o resultado, “mas o ideal são três anos ”, afirma.
“Se a ideia é comprar um apartamento, ou trocar de carro, investir em ações pode não ser a melhor escolha. Um exemplo recente foi o do coronavírus, já que tivemos quedas na bolsa de 20%, 30% em alguns dias. A gente recomenda que o investidor utiliza um dinheiro que ele não pretenda – ou não precise – usar no curto prazo”, explica Roger.
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Por quê small caps?
Para o gestor, o futuro não está atrelado às grandes empresas hoje listadas no Ibovespa. Ele lembra que hoje mais de 50% do Ibovespa são de ações das grandes instituições financeiras (como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú), Vale, Ambev e Petrobras. Veja a opinião dele sobre elas.
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Grandes instituições financeiras:
“o mercado financeiro tem hoje uma outra dinâmica, completamente diferente por causa das fintechs, e os grandes bancos estão absorvendo esse impacto”.
Vale: para Roger, assim que a Vale conseguir retornar a sua produção de minério de ferro a números anteriores ao rompimento da barragem da Mina do Córrego de Feijão, em Brumadinho (MG), vai acabar “entrando em uma guerra de preços ” para escoar a produção.
Isso pode afetar o valor da commodity no mercado internacional. “Acho que com esse cenário, o preço do minério estará em queda nos próximos dois e três anos”, avalia.
Petrobrás: “O preço do petróleo também tem tendência de queda. O mundo está descarbonizando e a tendência agora é de soluções que não envolvam o combustível, como os carros elétricos”, diz o gestor.
Ambev: “A própria Ambev já está há cerca de cinco anos sem grandes crescimentos”, afirma Roger. Para ele, a empresa também enfrenta a concorrência das cervejas artesanais , que são menores, mas têm se popularizado.
A empresa
A Trígono Capital foi fundada em outubro de 2017 por dois sócios que atuaram por mais de 30 anos no mercado financeiro : Werner Roger e Frederico Mesnik.
Entre as empresas pelas quais eles passaram estão Chase Manhattan bank (Atual JPMorgan Chase Bank), Citibank, Western Asset Management, Victoire Brasil Investimentos, Procter & Gamble, Bank Julius Baer e BTG Pactual.
A Trígono administra atualmente R$ 350 milhões em seus fundos e tem cerca de 12 mil clientes investidores. Além do Flagship , a empresa conta com mais três produtos.
O Verbier , é um fundo diversificado e, segundo Roger, começou como um clube de investimentos em 2007. Hoje ele tem cerca de 100 investidores e gere R$ 74 milhões. Já o Delphus também é um fundo diversificado e conta com R$ 28 milhões.
Em setembro de 2019, a Trígono passou a atuar em um fundo de previdência, o Trígono70 Prev . Seu diferencial é que 70% dele está no mercado de ações . Desde a sua criação, o Trígono70, uma parceria entre a gestora e o BTG Pactual, já rendeu 15,38%.