A pesquisa mostra que 60% das cidades listadas estão no Nordeste e possuem demanda para o público acadêmico
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A pesquisa mostra que 60% das cidades listadas estão no Nordeste e possuem demanda para o público acadêmico

Natal, João Pessoa, Fortaleza, Salvador, Aracaju e Teresina são as seis melhores cidades do Nordeste para investir em negócios voltados para o público universitário.

Completam o ranking dos dez municípios mais promissores, as cidades de Brasília, Juiz de Fora, Goiânia e Manaus. O levantamento foi realizado pela consultoria Goakira e traz novidades sobre o setor focado nos negócios inteiramente dedicados aos jovens universitários.

A pesquisa mostra que 60% das cidades listadas estão no Nordeste e possuem demanda para o público acadêmico, mas que por outro lado, os investimentos ainda deixam a desejar para áreas que não sejam o turismo.

Em entrevista ao Brasil Econômico ,  Deborah Machado, consultora da  Goakira  Consultoria, diz que a pesquisa mostra que regiões como o Norte e o Nordeste oferecem menos concorrência e o mercado pode ter um retorno maior.

“Por exemplo, há muitas operações no Nordeste voltadas para o turismo, mas a gente percebeu que a região ainda é muito carente de boas opções para o público universitário em potencial. Em muitos casos, as franqueadoras acabam se concentrando na região Sul e Sudeste”, explica.

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De acordo com o balanço da Associação Brasileira de Franchising (ABF), na distribuição geográfica das 50 maiores marcas franqueadas no País, 73% estão na região Sudeste e Sul.

Ranking:



O nicho dos universitários traz demandas específicas muitas vezes atendidas por empresas que focam em desenvolver produtos voltados para essas necessidades.

Esse é o caso de bancos e suas ofertas de créditos com condições especiais para esses estudantes, redes de agências de intercâmbio , indústrias de bebidas focadas em atender jovens consumidores brasileiros e até redes de fast-food instaladas nas proximidades desses centros de estudo.

Oportunidade no interior

Apesar de ser a única cidade que não é capital na lista das dez mais promissoras para o investimento, Juiz de Fora , em Minas Gerais, ganha destaque por ter uma alta concentração de centros universitários com cursos presenciais.

AS festas de formatura movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhão em 2018
Foto: Viva Eventos/Divulgação
AS festas de formatura movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhão em 2018

Foi lá que quinze anos atrás um grupo de cinco amigos enxergou no segmento e no público de estudantes do ensino superior uma oportunidade de negócio.  

Em 2005, os amigos Renato Menezes, Marcelo Gonçalves, Vitor Pedrosa, Fernando Sotrate e Mylliano Salomão fundaram a Viva Eventos, atualmente a maior empresa de eventos do Brasil, que atende a mais de 200 municípios.

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Atuando há oito anos no sistema de franquias, a Viva Eventos conta com quase 50 mil clientes ativos e pretende atingir  80 franquias até 2023.

A empresa administra mais de 1.500 fundos de formatura e conta com  24 unidades em cinco estados, incluindo as capitais  São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória e Porto Alegre.

Renato conta que atualmente são 1.300 eventos no ano , na região Sudeste e Sul. O próximo passo da empresa é abrir novas franquias nas outras regiões do Brasil. 

“O  Nordeste é um dos nossos focos agora porque enxergamos muita oportunidade na região. É um mercado em desenvolvimento que vai agregar à nossa nova fase”, diz.

Renato fundou ao lado de amigos a Viva Eventos
Foto: Viva Eventos/Divulgação
Renato fundou ao lado de amigos a Viva Eventos

O gestor Renato Menezes conta que no início os amigos organizavam festa e lucravam em torno de R$ 300 , quando estavam no fim da faculdade. “A gente era novo, estudante, sabia o que o público jovem queria em um evento”, lembra.

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 O grupo participou da sua própria comissão de formatura e enxergou que na cidade o mercado não era profissionalizado e a carência de serviços era muito comum.  “As empresas ofereciam o mesmo serviço, não tinham um diferencial”, diz Renato.

Após implementar novidades na própria festa, o grupo teve a ideia de abrir uma empresa de formaturas. Nos primeiros oito meses fecharam negócio com 104 turmas apenas em Juiz de Fora.

“O nosso estilo era oferecer uma experiência a um dos dias mais importantes na vida de nosso cliente”, lembra.

Em poucos anos, o grupo se tornou líder de mercado , com sedes e franquias. Entre os eventos realizados pela rede estão bailes de gala, colações, jantares dançantes, eventos religiosos e pré-eventos, além do cerimonial, planejamento, arrecadação e execução de cada etapa. 

De acordo com estimativas da Associação Brasileira das Empresas de Eventos (ABEOC Brasil), as festas de formatura movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhão em 2018

A indústria hoje já oferece diferentes padrões de festa , que podem ter atrações famosas, ambientes com espaços temáticos, opções variadas de alimentos e bebidas, além de durarem até o amanhecer.

"Vamos levar esse modelo de gestão para o Brasil todo. Fazemos festas hoje com artistas conhecidos nacionalmente como Anitta e Skank. Ao todo são mais de 300 produtos no nosso portfólio. Acredito que com a expansão para regiões com mercado universitário promissor, vamos ajudar a profissionalizar ainda mais o mercado de formaturas no País", destaca Renato. 

Como a pesquisa foi feita

Para realizar o estudo, a consultoria utilizou os critérios de escolher as cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, contabilizar o número de instituições de ensino superior, o percentual de jovens com idade entre 18 e 34 anos e a renda média em cada município.

A pesquisa leva em conta uma faixa etária de alunos entre  18  e  34  anos, o que  representa 80% do total do público universitário  no Brasil.

A consultora Deborah Machado diz que atualmente o  perfil do universitário não é só o jovem que acabou de sair do ensino médio, mas também pessoas mais velhas.

“É uma mudança de público que talvez as pessoas e as próprias empresas não estejam enxergando, mas que vem muito como resultado dessa acessibilidade à educação ocorrida nos últimos anos", explica. 

"Hoje, as pessoas com mais de 30 anos, que antigamente não conseguiriam cursar uma faculdade, agora estão conseguindo”, pontua a representante da Goakira.

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Para listar o ranking, as 20 primeiras cidades do País em quantidade de instituições de ensino superior foram analisadas quanto à concentração de público jovem versus a população total do município. 

Depois, os dez primeiros municípios com maior concentração de jovens foram ranqueados de acordo com a renda média domiciliar .

Brasília , por exemplo, conta com 104 instituições, tem um percentual de jovens de 25,96% – um em cada quatro moradores, além da renda média familiar de R$ 8,6 mil. 

Embora apresente menor número de instituições de ensino que a terceira colocada, Goiânia, a cidade mineira de Juiz de Fora  ficou em segundo lugar por registrar renda média domiciliar maior do que a capital goiana.

Grandes capitais  – como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre – não figuram na lista por apresentarem concentração de jovens de 21%, enquanto a média das 10 primeiras cidades ranqueadas é de 24%.

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