Em um balanço de seus quatro dias de atividades no Fórum Econômico Mundial , o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a elite política e empresarial reunida em Davos fez um “reconhecimento” do Brasil como nova fonte de crescimento para a economia global.
Ele fez uma comparação com o ambiente visto na edição do ano passado e assegurou que a abordagem dos investidores com o país agora é outra.
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"A descrença
era tão grande, botaram a gente tão lá embaixo, que a expectativa era zero" - afirmou Guedes, antes de se despedir do fórum e iniciar a viagem de volta para Brasília.
Segundo o ministro, a reforma da Previdência e o cumprimento da meta para privatização de ativos foram sinais bem recebidos.
Para ele, na edição do ano passado, a imagem do Brasil ainda estava arranhada por causa da corrupção e havia preocupação com eventuais “excessos” do presidente Jair Bolsonaro.
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"Não esperavam quase nada da gente e agora olham para gente como fonte de crescimento
", observou Guedes, relatando conversas com autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI), que lhe falaram sobre a “desaceleração sincronizada” da economia mundial.
"A América Latina
está estagnada. A Argentina está ferrada, a Venezuela está ferrada. Quando a gente olha para a América Latina, só o Brasil aparece", declarou.
O ministro garantiu que nenhum investidor em Davos levantou com ele questões ambientais , mas ouviu elogios ao “bom funcionamento da democracia brasileira” e fez questão de “dividir a responsabilidade [pela recuperação econômica do país] com o presidente e com o Congresso”.
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"O resultado disso é que as reformas
estão avançando e o Brasil virou a nova fronteira de investimentos", celebrou Guedes.
"Só Estados Unidos, China e Cingapura receberam mais investimentos diretos estrangeiros do que o Brasil em 2019. Graças à aprovação das reformas, estamos virando a última fronteira de investimentos. E vamos fazer reformas até o último dia deste governo", garantiu.
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A partir das discussões em Davos, Guedes relatou ainda sua percepção de que “vão existir moedas regionais
fortes” dominando o mundo daqui a 15 ou 20 anos.
E aproveitou a abordagem do assunto para dizer que esclareceu, às autoridades americanas, que o Brasil não faz nenhuma manipulação cambial
.
O assunto foi lembrado por conta da ameaça feita pelo presidente Donald Trump de taxar as exportações brasileiras de aço e alumínio para os Estados Unidos. Isso ocorreu quando o dólar ultrapassou a barreira de R$ 4,20 no Brasil.
"Vamos ter que nos acostumar com juros baixos e câmbio mais alto", avaliou o ministro.
Guedes contou ter conversado, por telefone, com os secretários americanos do Tesouro, Steve Mnuchin, e do Comércio, Wilbur Ross, para desfazer o mal entendido e evitar sobretaxa ao aço e ao alumínio.
"Eu disse que estavam dando um tiro em algo errado, que nós fizemos tudo certo", afirmou o ministro brasileiro. "E o que eles responderam? Pode deixar, nós vamos falar com o (Donald) Trump aqui", concluiu.