O Fundo Monetário Monetário (FMI) revisou para cima suas projeções para o desempenho da economia brasileira em 2019 e 2020. Para este ano, a estimativa passou de 2% em outubro para 2,2% agora, segundo novas avaliações divulgadas há pouco pelo FMI em Davos , onde tem início hoje a reunião do Fórum Econômico Mundial .
No ano passado, a alta do PIB era estimada em 1,2% (0,3 ponto percentual acima das previsões feitas no "World Economic Outlook" de outubro). O Fundo projeta expansão de 2,3% da economia brasileira em 2021.
O Brasil
foi um dos poucos países com viés de alta no novo relatório. Para a economia global como um todo, o FMI estima crescimento de 2,9% em 2019 e 3,3% em 2020 — em ambos os casos, queda de 0,1 ponto percentual sobre as projeções de outubro. Para 2021, a perspectiva é crescer 3,4%.
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De acordo com Gita Gopinath, diretora do departamento de pesquisa do FMI
, essa suave redução nas estimativas se deve ao viés de baixa nas projeções para a Índia. Apesar da melhoria das previsões, ela classifica como "subperformados" os desempenhos do Brasil e do México (com crescimento zero em 2019 e de apenas 1% em 2020).
No conjunto, os emergentes aceleram de 3,7% para 4,4% entre o ano passado e este ano. O ritmo melhora em países como Argentina, Turquia, Rússia, África do Sul, Nigéria e Arábia Saudita.
As novas projeções divulgadas pelo Fundo
em Davos
para 2020 e para 2021 ficam em 2% e 1,7% para os Estados Unidos, 6% e 5,8% para a China 1,3% e 1,4% para a zona do euro, 0,7% e 0,5% para o Japão, 1,4% e 1,5% para o Reino Unido.
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Riscos regrediram com trégua entre EUA e China
Há sinais provisórios de estabilização no panorama econômico global, mas o crescimento continua lento e sem perspectivas claras de uma virada positiva, segundo o FMI .
Em relatório divulgado há pouco em Davos, horas antes da abertura da reunião do Fórum Econômico Mundial , o FMI avalia que "alguns riscos retrocederam parcialmente" com o anúncio da fase 1 da trégua comercial Estados Unidos-China e com a menor probabilidade de um Brexit sem acordo.
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Gita Gopinath acredita que os riscos estão "menos salientes" do que em 2019, mas alerta: "Novas tensões comerciais entre EUA e União Europeia podem emergir, e conflitos entre EUA e China podem retornar".
Para ela, soma-se a essas possibilidades os riscos geopolíticos crescentes e agitação social, que ainda ameaçam prejudicar o crescimento e expor vulnerabilidades financeiras . "Apesar dos sinais de estabilização, o crescimento global continua lento e sem perspectivas claras de uma virada positiva", afirma.
Gita também fez um apelo por maior cooperação internacional . "Os países precisam reverter barreiras protecionistas e resolver o impasse no tribunal de apelações da Organização Mundial do Comércio (OMC)", conclamou a economista.