O presidente Jair Bolsonaro quer subsidiar as contas de luz de igrejas e templos religiosos de grande porte. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo e foram publicadas nesta sexta-feira (10).
Segundo o texto, uma minuta de decreto já chegou a ser redigida pelo Ministério de Minas e Energia e foi enviada à equipe econômica do governo federal. No entanto, a ideia não teria agradado tanto.
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De acordo com o Estadão, a equipe econômica rejeita a medida, que vai na contramão da agenda do ministro Paulo Guedes, conhecido por defender a redução de benefícios desse tipo.
Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, o jornal afirma que os evangélicos são o alvo da medida. Isso porque a bancada desse segmento é hoje a principal base de sustentação do governo e Bolsonaro tem atendido suas reivindicações desde que assumiu a presidência.
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Em entrevista ao Estado, o coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) disse que a concessão de subsídio na conta de luz para templos religiosos é “justa” e tem impacto “mínimo”.
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“Os templos religiosos só funcionam das 18h às 23h e é justamente nesse horário que as distribuidoras podem cobrar mais”, afirmou. “Fechem todas as 300 mil igrejas no Brasil em um dia para ver o impacto social e na segurança no dia seguinte.”
Pela minuta de decreto em estudo no governo, os templos passariam a pagar tarifas mais baratas no horário de ponta, iguais às cobradas durante o dia. O valor que deixariam de pagar, porém, não “desaparece”: ele necessariamente passa a ser arcado por outros consumidores.
O grupo de evangélicos representa 29% dos brasileiros e podem ser essenciais para a campanha do atual presidente à reeleição em 2022 — caso ele escolha pleitear novamente o cargo.