O vice-primeiro-ministro da China, Liu He, chefe da equipe de negociação do país na disputa comercial com os Estados Unidos, assinará a 'fase 1' do acordo em Washington na próxima semana, que r eduziu as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, confirmou nesta quinta-feira o Ministério do Comércio chinês.
Liu visitará a capital americana entre os dias 13 e 15 deste mês, disse Gao Feng, porta-voz do ministério. Este é o primeiro passo para um pacto comercial mais ambicioso entre as duas potências.
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Equipes de negociação de ambos os lados permanecem em comunicação sobre arranjos particulares da assinatura do pacto, completou Gao em entrevista.
"A convite dos EUA, Liu He liderará uma delegação a Washington de 13 a 15 de janeiro para assinar a fase 1 do acordo", disse o porta-voz do Ministério do Comércio, Gao Feng, em uma entrevista semanal. "Ambas as partes estão em estreita comunicação sobre o arranjo detalhado da assinatura", disse Gao, sem fornecer mais detalhes.
A assinatura da primeira fase do acordo limitará uma briga de quase dois anos que ameaçou estrangular a economia global, à medida que os dois países trocavam tarifas de centenas de bilhões de dólares no comércio bilateral.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou em 31 de dezembro que a fase 1 do acordo comercial com a China seria assinado em 15 de janeiro, na Casa Branca.
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Trump também disse que assinaria o acordo com “representantes de alto escalão da China”, e que ele depois viajaria a Pequim para iniciar as negociações sobre a próxima fase do acordo.
Também em dezembro, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, disse neste mês que ambos os países assinariam o pacto durante a primeira semana de janeiro. Na semana passada, Trump disse a repórteres em seu resort na Flórida que ele e o presidente chinês Xi Jinping teriam uma cerimônia de assinatura do acordo.
Medidas do acordo
De acordo com autoridades em Washington e Pequim, o acordo inclui medidas relativas à proteção da propriedade intelectual, a alimentos e produtos agrícolas, a serviços financeiros e câmbio, bem como um dispositivo para a resolução de controvérsias.
Trump também cancelou seus planos de impor tarifas sobre US$ 160 bilhões em produtos chineses em dezembro, incluindo bens como telefones celulares. Washington mantém, contudo, tarifas de US$ 250 bilhões sobre produtos chineses, como máquinas e dispositivos eletrônicos.
Segundo Robert Lighthizer, representante comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), a China prometeu comprar US$ 200 bilhões em produtos americanos nos próximos dois anos, principalmente agrícolas, energéticos, ou serviços.
O porta-voz Gao Feng se recusou, porém, a confirmar esse número na coletiva de imprensa desta quinta-feira.
Analistas apontam que essa guerra comercial, com ramificações em outras economias do planeta, pode causar a separação entre a economia chinesa e a dos Estados Unidos.
A trégua comercial é uma boa notícia para o presidente chinês, Xi Jinping, que tem de enfrentar o freio na economia do gigante asiático, bem como protestos pró-democracia em Hong Kong.