O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (10) que o governo federal deve encaminhar ao Congresso uma reforma administrativa mudando as carreiras dos servidores federais. A medida deve começar a tramitar pelo Senado logo após o fim da votação da reforma da Previdência.
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Para Guedes, a reforma administrativa é necessária para reduzir as distorções salariais entre funcionários públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
"Há casos de funcionários públicos em que o sujeito já chega no governo ganhando, no primeiro emprego dele, R$ 19 mil. É um absurdo. Os melhores funcionários públicos sabem onde estão os erros, nos apoiam e querem nos ajudar a corrigir, assim como fizeram na reforma da Previdência ", disse Guedes a uma plateia de investidores reunidos no Fórum de Investimentos Brasil 2019, organizado pelo Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), em São Paulo.
O ministro aproveitou o discurso para comemorar a aprovação das regras para divisão dos recursos oriundos da exploração da cessão onerosa, excedente de petróleo das reservas do pré-sal em posse da União. O tema foi aprovado, nesta quarta, pela Câmara dos Deputados. Para Guedes, a votação é exemplo de que a "nova política" está sendo feita, sem negociatas ou compra de votos no Congresso.
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"Os [deputados no Congresso do] Nordeste queriam usar os critérios da FPE (Fundo de Participação dos Estados) para fazer a divisão desses recursos. Os do Sul e Sudeste, pela lei Kandir. Conversando e se entendendo, acabaram fechando um acordo aceito por todos. A classe política está de parabéns", celebrou o ministro.
O chefe da Economia disse ainda esperar que o novo marco do saneamento básico , que abre o setor à competição privada, seja aprovado pelo Congresso em “uma ou duas semanas”.
Mais cedo, durante a palestra do presidente Jair Bolsonaro , Guedes defendeu que não há crise no Brasil, mas sim uma democracia madura em construção. Ele defendeu ainda o "liberalismo econômico e político" que o atual governo teria como bandeira.
No seu discurso, o ministro voltou ao tema. Para Guedes , não existe nenhuma redução do espaco democrático no Brasil, apenas o espaço da social democracia, que dominou o debate político nos últimos 30 anos.
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"Essa é conversa que quem não sabe perder eleição, realmente reduziu o espaço do social democrata, que antes tinha 100% do espaço, só tinha partido social democrata, aí de repente agora tem 48%, porque conservadores e liberais tem 52% e porque ganharam a eleição. Ganhou o Brasil que agora tem representatividade política ampliada", disse.