O Bradesco e o Itaú Unibanco anunciaram reduções na taxa de juros de suas linhas de crédito imobiliário. No caso do Bradesco, as condições valerão a partir desta terça-feira (1). A taxa mínima será de 7,30% ao ano mais Taxa Referencial (TR). Atualmente, as taxas começavam em 8,2% ao ano mais TR.
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Segundo o Bradesco
, as novas taxas poderão ser contratadas para financiamentos com prazo de até 360 meses. "O cliente pode financiar até 80% do valor do imóvel e o comprometimento máximo da renda líquida sobre o valor das prestações é de 30%", informou o banco.
Na sexta-feira (27), o Itaú
também anunciou que vai reduzir as taxas mínimas dos juros do financiamento imobiliário. As taxas para novos contratos passam a ser de 7,45% ao ano mais Taxa Referencial, variando de acordo com o perfil do cliente e de seu relacionamento com o banco. Antes, as taxas iniciavam em 8,1% ao ano mais TR.
Os valores são unificados para as linhas de Sistema Financeiro da Habitação (SFH), Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e Carteira Hipotecária (CH).
"O mercado imobiliário está crescendo, a compra de um imóvel é uma decisão relevante na vida das pessoas. É uma oportunidade de viabilizar sonhos e estabelecer uma relação de longo prazo com nossos clientes. Além, é claro, de contribuir para a retomada do setor", afirmou Cristiane Magalhães, diretora do Itaú Unibanco.
Ana Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, avalia que até o fim do ano ainda há espaço para novas quedas nas taxas de juros cobradas pelos bancos para o crédito imobiliário. "Na medida em que há uma queda nas taxas de juros e condições mais favoráveis aos compradores, cresce a possbilidade de incluir mais famílias no financiamento de imóveis, em um momento de retomada lenta da economia e do mercado imobiliário", ressalta Castelo.
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Movimento de mercado
Em agosto, a Caixa Econômica lançou um financiamento imobiliário que atrela os juros ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) , que mede a inflação oficial do país. Esse percentual está acumulado em 3,22% nos últimos 12 meses. Trata-se de uma alternativa às tradicionais linhas de crédito habitacional, que têm os juros atrelados à Taxa Referencial (TR), atualmente zerada. A nova modalidade possibilita uma economia inicial por oferecer taxas mais baixas: de 2,95% ao ano a 4,95% ao ano, mais a variação da inflação.
Em julho, o Santander
já havia reduzido suas taxas de 8,99% para 7,99% ao ano, mais a taxa referencial (TR), para financiamento de imóveis em até 35 anos. A renda mínima necessária é de R$ 2,5 mil (composta, sem necessidade de comprovação de parentesco ou casamento) e o comprometimento com o financiamento deverá ficar entre 30% e 35% (de acordo com a análise de crédito).
"O banco foi o primeiro a baixar os juros para a casa de um dígito, em 2017, e no ano passado deu início a um novo reposicionamento das taxas", lembra Gustavo Alejo, diretor de Produtos de Crédito para Pessoa Física do Santander.
Segundo dados do Banco Central, os novos financiamentos contratados tiveram custo médio de 8,2% ao ano, considerando empréstimos com recursos da poupança e do FGTS.
O financiamento imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu R$ 6,71 bilhões em agosto, um aumento de 18,4% em relação ao mesmo mês de 2018, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
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Queda da Selic
A redução mais recente da taxa básica de juros, a Selic, de 6% para 5,5% ao ano, estimulou o movimento dos bancos. O último corte de juros do Banco Central (BC) foi anunciado no dia 18 de setembro, após uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).