Juntando a última queda da taxa básica de juros, a Selic , com as campanhas que alguns bancos vêm fazendo em prol da renegociação de dívidas , parece que o cenário é favorável para os endividados brasileiros . Mas não é bem assim.
André Alírio, economista e operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, explica que para quem não está tão enforcado em dívidas , esse não é exatamente o melhor momento para renegociar ou para se endividar ainda mais.
Para esses casos, o conselho do economista é esperar o spread bancário diminuir mais, ou esperar o próprio consumidor ter condições financeiras melhores para fazer uma renegociação mais interessante para ele.
Segundo Alírio, na verdade, a queda da taxa Selic influencia muito pouco para o consumidor final e que os juros das dívidas são mais influenciadas por um outro fator: o spread bancário.
O termo faz referência, basicamente, à diferença entre os juros que um banco cobra ao emprestar dinheiro e a taxa que ele paga ao captar dinheiro. É o spread bancário que vai influenciar mais diretamente quanto o consumidor paga nos juros cobrados pelos bancos.
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E as quedas da taxa básica de juros acabam influenciando muito pouco na diminuição do spread bancário, já que ele é mantido pela falta de competitividade gerada, sobretudo, pela concentração bancária brasileira (poucos bancos dominando a maior fatia do mercado).
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“Essa redução da Selic
impacta muito pouco no spread
bancário
do sistema financeiro de um modo geral. O spread vem reduzindo a um ritmo muito lento com relação ao das reduções da taxa básica de juros”, afirma Alírio.
Quando devo renegociar minhas dividas?
Apesar do cenário não ser o ideal, para quem está mais endividado e inadimplente , toda hora é hora para tentar uma renegociação junto ao banco.
“Caso você esteja inadimplente, não consiga pagar os compromissos que você tem atualmente, e isso está entrando em um rotativo ou em um atraso mais significativo você, é sempre melhor renegociar sua dívida, independente do momento”, aconselha.
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Já Rodrigo Alexandre, especialista em direito do consumidor e representante da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a PROTESTE , afirma que quando os bancos abrem feirões de renegociação de dívidas , é um bom momento para os endividados aproveitarem.
“Nesses feirões, os bancos estão mais propensos a fazer uma renegociação, e se o banco está disposto, já é meio caminho andado", aponta Rodrigo Alexandre.
O especialista da Proteste ainda lembra, que “o banco não é obrigado a renegociar dívida, não existe determinação legal que o obrigue a renegociar”, o que faz do feirão uma oportunidade ainda mais interessante.
Os especialistas dão dicas de como aproveitar melhor os feirões de renegociação de dívidas nesta matéria .