O presidente Jair Bolsonaro (PSL) recuou, após uma série de declarações contrárias ao retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), e disse nesta quinta-feira (22) que está disposto a tratar o tema com Paulo Guedes, ministro da Economia. A expectativa é que a proposta de reforma tributária do governo retome a cobrança sobre movimentações financeiras.
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"Vou ouvir a opinião dele [ Paulo Guedes ]. Se desburocratizar muita coisa, diminuir esse cipoal de impostos, essa burocracia enorme, eu estou disposto a conversar", afirmou Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada. Nesta quarta, o ministro já havia defendido o tributo, argumentando que "pequenininho, não machuca", defendendo aplicação com alíquota baixa.
"Ele [Guedes] que falou. Ele pode falar 'vou colocar 0,10% na CPMF e em consequência acabo com tais e tais impostos", relatou o presidente, que disse evitar falar com a imprensa sobre alguns assuntos para não ouvir que houve recuo de sua parte. Em outros momentos, porém, Bolsonaro foi enfático ao negar a possibilidade do seu governo recriar a CPMF.
Para ambos, o ideal é que a decisão sobre o retorno da cobrança seja da sociedade, já que a CPMF sofre forte resistência e foi extinta em 2007 após pressão de diversos setores. Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, já afirmou que a Casa "não discute, em hipótese alguma" retomar a discussão sobre o tema.
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Após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e o início das discussões na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a reforma tributária passa a ser uma das principais pautas do governo e do Congresso, e o possível retorno da cobrança sobre transações financeiras é um dos principais pontos em discussão.