O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o plenário deve concluir ainda nesta quarta-feira (7) a votação em segundo turno da reforma da Previdência . Ao chegar à Câmara nesta manhã, Maia afirmou que está tudo “organizado” para derrubar os oito destaques que propõem mudanças ao texto aprovado em primeiro turno. Juntos, eles têm potencial para desidratar a proposta em R$ 459,9 bilhões em dez anos.
"Está tudo bem organizado. Acho que o resultado de ontem mostrou quase a mesma votação do primeiro turno. Nós, que tínhamos alguns deputados fora de Brasília, estão chegando hoje. Acredito que contamos com uma base hoje aí de 375, 376 deputados, para poder manter o texto principal da PEC", disse Maia.
Os parlamentares vão analisar, agora, oito destaques
para alterar a redação. Entre as propostas de mudança está o apresentado pelo PC do B, que mantém a pensão por morte atrelada ao salário mínimo. O texto aprovado garante que o benefício será vinculado ao piso, apenas se for a única fonte de renda formal do dependente.
Havia uma preocupação de que essa proposta recebesse apoio de parlamentares, principalmente da bancada evangélica. Maia acredita, no entanto, que isso foi solucionado com a edição de uma portaria que define o que é renda formal. "Já está resolvido. Ficou esclarecido que não haverá nenhuma perda", destacou.
Elogiado por Bolsonaro
A aprovação do texto-base da proposta em segundo turno foi concluida na madrugada desta quarta-feira, por 370 votos a 124. O presidente Jair Bolsonaro parabenizou Maia pelo feito. Depois de tomar café com o presidente da Câmara, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que "se Deus quiser" o texto vai para o Senado ainda esta semana.
"Parabéns ao Rodrigo Maia, tomei café com ele agora. Nesta semana mesmo, se Deus quiser, vai para o Senado", declarou.
Após aprovação da reforma, Maia diz que governo está mais próximo do Congresso. Questionado sobre a possibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela no Senado para reinserir o sistema de capitalização e os estados e municípios no projeto, Bolsonaro afirmou que é "ouvido mais do que eles me ouvem" - sem deixar claro o que quis dizer com esta declaração.
Ele disse em seguida que espera que "o que sair da Câmara" seja aprovado no Senado, mas afirmou que cede à equipe econômica do governo, caso esta pense o contrário. "A gente quer evitar (que o projeto volte) para a Câmara", declarou o presidente.
Leia também: Texto-base da Reforma passa em 2º turno na Câmara; veja como votou cada deputado
A expectativa do governo, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (licenciado do cargo para votar a favor da reforma na Câmara), é que o Senado vote e aprove a proposta entre os 20 e 30 de setembro , em primeiro e segundo turno.