O presidente Jair Bolsonaro atacou nesta terça-feira (6) o poder das agências reguladoras . Durante inauguração de uma planta de uma indústria farmacêutica na cidade de Itapira, no interior de São Paulo, Bolsonaro questionou quanto tempo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) demora para autorizar a venda de um novo medicamento.
"Quando se fala em patentes eu lembro do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Quando se fala em registro eu lembro da Anvisa. Agências reguladoras com poderes enormes para o bem e para o mal", afirmou.
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"Quanto tempo leva um registro na Anvisa
? Será que esse tempo todo se justifica? Será que é excesso de zelo ou só está procurando criar dificuldade para vender facilidade?", indagou o presidente, sendo aplaudido pela plateia.
Em seu discurso, Bolsonaro lembrou as críticas que fez, como deputado, na época da criação das agências reguladoras, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"As agências foram criadas lá atrás por um presidente, um tal de FHC. Não vou entrar em detalhes sobre o que já falei sobre ele no passado. Quando as agências foram criadas, eu fiz um discurso na Câmara pesado, lamento que naquela época não tinha TV Câmara. E infelizmente eu estava com a razão", declarou.
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Numa entrevista durante o governo do tucano, Bolsonaro afirmou que o Brasil só daria certo com uma ditadura
que "matasse 30 mil, começando pelo FHC", disse à época.
Lealdade
O presidente também destacou que indicou o contra-almirante Antonio Barra Torres para um diretoria da Anvisa e que, seu primeiro nomeado para um posto desse tipo, ele terá bons propósitos em sua função na agência.
"Conte com uma pessoa (Barra Torres) que quer o bem do Brasil e que não (vai) dificultar a vida daqueles que empreendem
, daqueles que realmente pensam no próximo", disse.
Como já havia feito anteriormente, o presidente afirmou ter um compromisso maior com o povo dos que com as instituições. "Eu respeito as instituições , mas eu devo lealdade apenas a vocês, povo brasileiro", afirmou.
Antes, o presidente havia atacado o comportamento de uma minoria de parlamentares. "Grande parte dos parlamentares tem se comportado da forma que vocês eleitores esperam deles, um minoria não", acrescentou.