O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que as declarações controversas do presidente Jair Bolsonaro não atrapalham o avanço das reformas econômicas consideradas essenciais para a retomada do crescimento do País, como a nova Previdência.
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Bracher avalia que as reformas econômicas em curso colocam o Brasil em uma situação macroeoconômica que ele nunca presenciou em sua carreira, e defendeu ainda que as declarações do presidente não atrapalham o avanço desses projetos.
"É uma situação macroeconômica tão boa que eu nunca vi em minha carreira. Tem a questão fiscal, endereçada pela reforma da Previdência. Já a inflação está bem comportada e os juros estão estáveis há mais de um ano, com tendência de queda. E não temos dependência externa já faz um tempo. E o desemprego está em 12%, o que significa que podemos crescer sem criar pressão inflacionária", disse, ao justificar o seu otimismo com a economia brasileira.
Bracher disse acreditar que a reforma da Previdência será aprovada até setembro e que será possível avançar com medidas que simplifiquem o ambiente de negócios, como a reforma tributária.
Para o executivo, as recentes declarações de Bolsonaro, como negar as investigações da Comissão da Verdade e ignorar documentos de que Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi morto enquanto estava sob guarda das Forças Armadas, não são um problema para as discussões dos temas econômicos.
"O avanço das reformas tem permanecido alheio às turbulências políticas", avaliou, ao ser questionado sobre as recentes declarações polêmicas.
O presidente do Itaú participou de teleconferência com analistas para comentar os resultados do banco no segundo trimestre do ano, divulgado na segunda-feira (29) à noite. A instituição registrou lucro líquido recorrente (que exclui efeitos extraordinários) de R$ 7,034 bilhões, uma alta de 10,2% na comparação com o mesmo período de 2018.
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A carteira de crédito do banco subiu 5,85% em 12 meses, para R$ 659,7 bilhões. Na avaliação do banco, a instituição deverá atingir ao final de dezembro um crescimento em torno de 8%, que é o piso da projeção para o ano. O Itaú anunciou nesta semana, ainda, um programa de demissão voluntária que pode atingir até 6,9 mil funcionários.