O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (4) que, após a aprovação da reforma da Previdência , esperada para a semana que vem, o foco do governo no segundo semestre será acelerar privatizações e implementar a reforma tributária, além de debater um novo pacto federativo com todos os gastos desvinculados.
"Todas as despesas estão desobrigadas, desvinculadas de todos os entes federativos. Vamos controlar lá em cima na União e deixar cada vez mais estados e municípios se responsabilizarem", discursou o ministro na abertura de um evento promovido pela XP Investimentos em São Paulo. "Na Câmara, vamos jogar a reforma tributária . A reforma dos impostos é iminente, ela vai começar agora", acrescentou.
Segundo Guedes, as privatizações também serão uma das prioridades do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Referindo-se a gestões anteriores do banco, o ministro criticou a concessão de empréstimos para exportação de serviços de engenharia por empreiteiras em Cuba, Angola e Venezuela – que Guedes classificou como "países com ideologias obsoletas".
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"O presidente torce para um time [de futebol], surge um estádio. O presidente gosta de um empresário, um banco público é capitalizado, esse dinheiro vai parar lá e sua empresa vira a maior de proteína animal do mundo. Nenhum presidente pode ter tanto poder assim", ironizou, fazendo referência a Lula (PT). "[O banco] Tem lucro, claro, porque está garantindo pela União. São os trabalhadores que pagam isso. Vamos desalavancar o banco", disse.
Energia
"Daqui a cinco, seis dias", de acordo com Guedes, o governo vai anunciar o que chama de "choque da energia barata" . A iniciativa prevê a integração do gás produzido na Argentina, na reserva de Vaca Muerta; e na Bolívia, com a rede de distribuição de gás brasileira. O objetivo, disse Guedes, é derrubar em até 40% o custo de produção das termelétricas.
Além do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que também quer abrir mão do monopólio de distribuição de gás, Guedes falou que já há negociações para garantir o apoio dos governadores de São Paulo (João Doria, PSDB), Minas Gerais (Romeu Zema, Novo) e Espírito Santo (Renato Casagrande, PSB).