O Banco Central da Venezuela (BCV) vai emitir uma nova cédula de bolívar soberano que multiplica por 100 a atual de maior valor (500). A partir de quinta-feira (13), passarão a circular novas notas de 10 mil, 20 mil e 50 mil bolívares, sendo esta última equivalente a US$ 8,10 (ou pouco mais de R$ 31).
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A nova cédula de 50 mil bolívares soberanos supera o valor do salário mínimo na Venezuela , atualmente em US$ 6,50 (R$ 25). No país, que passa por uma grave crise econômica, política e social, é possível comprar dois quilos de carne com esta quantia. Com 500 bolívares, antiga cédula mais alta, não dá nem para comprar um ovo – que custa 900.
As novas notas fazem parte de um plano monetário que entrou em vigor no dia 20 de agosto de 2018 e cortou cinco zeros da moeda venezuelana. A incorporação das novas cédulas, segundo nota oficial do BCV, busca "tornar mais eficiente o sistema de pagamentos e facilitar as transações comerciais".
Inflação
No último dia 29, o governo da Venezuela quebrou o silêncio e revelou dados sobre a inflação oficial do país, que ficou em 130.060% em 2018. Foi a primeira vez que o BCV divulgou indicadores econômicos desde 2015. Os números também revelaram que a economia do país retraiu quase pela metade desde que Nicolás Maduro assumiu o poder.
A enorme inflação aponta para um grande aumento no custo de vida na Venezuela, mas ainda está muito abaixo das estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o órgão, o índice do ano passado no país foi de 1.370.000% e, neste ano, o número deve ultrapassar 10.000.000%.
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Em 2016, de acordo com o BCV, a inflação chegou a 274,4%. Em 2017, chegou a 862,6% e, no ano passado, ultrapassou os 100.000%, a marca mais alta da história do País. Para os primeiros quatro meses de 2019, as estimativas divulgadas por Caracas também são inferiores aos números previstos pela Assembleia Nacional: enquanto a inflação oficial é calculada em 666%, os números coletados pelo Legislativo indicam 1.047%.