O mercado de trabalho no Brasil teve seu melhor mês de abril desde 2013, de acordo com os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados ( Caged ). Cerca de 129,6 mil vagas de emprego com carteira assinada foram criadas, mas esse número não reflete o movimento de parte do país. Das 20 cidades que mais demitiram nos primeiros quatro meses do ano, 15 estão no Nordeste.

O setor da indústria de transformação (sucroalcooleira, principalmente) foi o maior responsável pelas demissões nos pequenos municípios nordestinos. Em capitais como Fortaleza, no Ceará, e Teresina, no Piauí, as despensas foram registradas nos setores de serviços, comércio e construção civil  foram os responsáveis pelo avanço nas taxas de desemprego.

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Reinado da cana-de-açúcar

As diferentes etapas do cultivo da cana-de-açúcar — plantio, corte, moagem e queima - determinam o emprego ou desemprego nas pequenas cidades do Nordeste que recheam a lista  dos municípios que mais demitiram.

O cultivo da cana-de-açúcar domina a economia de boa parte do Nordeste
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O cultivo da cana-de-açúcar domina a economia de boa parte do Nordeste



No Litoral Sul de Pernambuco, a cidade de Rio Formoso, de apenas 23,5 mil habitantes, é um exemplo claro de como a economia da região é dominada pela monocultura da cana . Em segundo lugar na lista de municípios que mais demitiram em todo o país, o local viu o número de desempregados saltar em mais de 4 mil desde janeiro, o equivalente a 18% da população municipal.

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As sazonalidades da indústria sucroalcoleira e da produção agropecuária explicam boa parte do saldo negativo de emprego entre as líderes do ranking de piores resultados do ano . José Severino de Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Formoso, conta que o ciclo se mantém: “de fevereiro até março, quando a moagem da cana termina, eles [usineiros] começam as demissões . Daí, alguns são recontratados em julho para o plantio e depois demitidos em agosto — quando começam a recontratar para a próxima colheita”, explica. 




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