O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (30) que está estudando a liberação de saques de contas inativas e ativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A medida, anunciada após a divulgação de r esultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, seria uma forma de aquecer a economia.
Além do FGTS, Guedes disse que também vai liberar os recursos do PIS/Pasep. Segundo ele, esses recursos seriam soltos ainda nesta quinta-feira (30), mas atrasaram em decorrência do estudo do FGTS. "O PIS/Pasep já estamos prontos para disparar. Íamos disparar hoje, e aí fomos examinar também o FGTS. Atrasou um pouquinho o PIS/Pasep. Liberação de contas inativas [do FGTS] lá atrás", disse.
"Cada equipe está examinando isso. Nos não batemos o martelo ainda, mas todas equipes estão examinando isso", completou o ministro, acrescentando que liberação desses recursos serviria como uma "chupeta" em um carro com problemas na bateria.
Ele também declarou que os saques tanto do FGTS quanto do PIS/Pasep só virão após a aprovação das reformas. "Vamos liberar PIS/Pasep , FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço], mas assim que saírem as reformas. Se abre essas torneiras sem as mudanças fundamentais, é o voo da galinha. Você voa três quatro meses porque liberou, e depois afunda tudo outra vez. Na hora em que fizer as reformas fundamentais, e aí sim libera isso, é como se fosse a chupeta de bateria [de carro, ou seja, um estímulo inicial ao PIB]. Senão, anda três metros e para tudo outra vez", afirmou.
"Sonho do crescimento"
O ministro afirmou, ainda, que o que está atrasando o "sonho do crescimento" do Brasil é o atraso na aprovação das reformas estruturais, como a da Previdência, considerada a principal pauta econômica do atual governo.
Segundo ele, equipe econômica ainda não conseguiu "fazer nada", e por isso economia está fraca. "O sonho do crescimento está ao alcance de nossas mãos. Basta implementar as reformas. Como está demorando a implementação das reformas, revisões [de alta do PIB] foram acontecendo para baixo. Me perguntaram isso: 'a economia não está respondendo?'. Eu disse, 'respondendo a que?' Não fizemos nada ainda".
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Guedes
ressaltou que cenário só será alterado com "reformas sérias" e que não vai implementar "truques nem mágicas". De acordo com ele, esse tipo de postura não garante sucesso. "O voo da galinha, já fizemos várias vezes. Faz uma liberaçãozinha aqui, baixa artificialmente os juros para reativar a economia. Aliás, foi assim que o último governo caiu, caiu por irresponsabilidade fiscal, juros baixos, tentando estimular a economia. Nós não vamos fazer truques, nem mágicas, vamos fazer as reformas sérias", lembrou.