Novo corte é o terceiro proposto desde que a presidente do IBGE, Susana Guerra, determinou um enxugamento no Censo
Licia Rubinstein/Agência IBGE
Novo corte é o terceiro proposto desde que a presidente do IBGE, Susana Guerra, determinou um enxugamento no Censo

O novo diretor de Pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eduardo Rios Neto, no cargo há menos de um mês, apresentou nesta segunda-feira (27) uma nova proposta de redução para o questionário do Censo 2020, com apenas 70 questões. A informação foi antecipada pelo colunista do Globo , Bernardo Mello Franco.

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O novo corte – o terceiro proposto desde que a presidente do IBGE , Susana Cordeiro Guerra, determinou um enxugamento – teria sido feito sem a aprovação do corpo técnico, que enviou uma carta ao Conselho Consultivo do Censo informando que não respalda a proposta. No documento, os técnicos argumentam que o corte traz "risco incalculável ao sistema estatístico nacional" e "possibilidade de prejuízo à eficácia do investimento realizado pelo Estado".

A segunda prova piloto da pesquisa, aplicada entre março e o mês passado em cinco mil domicílios brasileiros, tinha 112 perguntas. A presidente do IBGE vem exigindo, no entanto, que o questionário seja reduzido para que ele possa se adequar a um corte de recursos imposto pelo governo federal .

O corpo técnico já havia apresentado outras duas propostas, desde então, com 96 e 84 questões, respectivamente. Para os técnicos, qualquer redução além disso colocará em risco a qualidade e eficácia  da pesquisa.

O Censo foi orçado inicialmente em R$ 3,4 bilhões, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse que o governo federal só concederá à pesquisa R$ 2,3 bilhões.

Susana vinha argumentando que, com um questionário mais enxuto , os recenseadores poderão ficar menos tempo nos domicílios e, com isso, visitar mais lares, podendo ser reduzida a contratação de temporários. Mas, além de o IBGE já ter recebido autorização do governo para realizar o processo de seleção dos 234 mil recenseadores, o corpo técnico identificou, na segunda prova piloto, que o custo maior da pesquisa está na logística .

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