Incerteza da economia atingiu maior nível desde a eleição de Bolsonaro em abril, segundo a FGV
Tânia Regô/Agência Brasil 28.10.2018
Incerteza da economia atingiu maior nível desde a eleição de Bolsonaro em abril, segundo a FGV

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), da Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou o maior nível desde setembro de 2018, mês que antecedeu a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao avançar 8,1 pontos em abril, atingindo 117,3 pontos, segundo números divulgados nesta terça-feira (30).

“Uma série de fatores contribuíram para que o indicador de incerteza atingisse seu maior patamar desde as eleições presidenciais de 2018: no cenário interno, a instabilidade política do governo e a gradual, mas consistente, tendência à revisão dos indicadores da economia [como as reduções de expectativa em relação ao crescimento do PIB ]; no externo, a guerra comercial entre EUA e China”, explica a pesquisadora Raíra Marotta, da FGV.

A alta foi influenciada por todos os componentes do estudo, segundo a fundção. O componente de Mídia subiu 6,4 pontos entre março e abril deste ano, contribuindo com 5,6 pontos para o resultado agregado, que agora atinge o maior nível desde setembro; e o componente de Expectativa registrou alta de 11,4 pontos no mesmo período, contribuindo com 2,5 pontos para o comportamento final do indicador.

A pesquisadora destaca a dificuldade de articulação do governo , mas argumenta que, nos próximos meses, "na medida em que o governo consiga avançar no alinhamento com o Congresso, é possível que o indicador volte a recuar".

A reforma da Previdência , principal projeto do governo, apresentada em 20 de fevereiro ao Congresso, ainda está longe de ser aprovada, e uma série de dificuldades já foram vistas na tramitação. Além do tempo em que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/19 ficou 'parada', pontos do texto e a dificuldade para conseguir o apoio necessário, alguns embates demonstraram a dificuldade da equipe econômica e do próprio governo no trato com os parlamentares, que precisam avalizar o texto.

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Além da dificuldade em aprovar a Previdência, recuos, intervenções e crises afetam a economia e agitam o mercado. Desde 1º de janeiro, quando o presidente assumiu o posto, dois ministros já foram exonerados e substituídos: saíram  Gustavo Bebianno e Ricardo Vélez Rodríguez , da Secretaria-Geral da Presidência e da Educação, respectativamente, e entraram o general da reserva  Floriano Peixoto e o economista Abraham Weintraub . Os atritos e embates políticos ajudam a aumentar a incerteza da economia , segundo a FGV.

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