O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial do País, ficou em 0,72% em abril deste ano. A taxa é a maior para o mês desde 2015 (1,07%), além de superar os registros dos meses de março deste ano (0,54%) e abril do ano passado (0,21%). Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25).
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Com o valor registrado em abril, a inflação acumula 1,91% em 2019 e 4,71% em 12 meses. O valor mensal é o maior desde junho de 2018, mês que sofreu por conta da greve dos caminhoneiros. Neste ano, curiosamente, um dos maiores motivos de alta foi justamente o preço dos combustíveis.
Os principais responsáveis pela inflação da prévia de abril foram os transportes, que tiveram alta de preços de 1,31%, puxada pelos combustíveis (com alta de 3%), em especial, a gasolina (3,22%). Etanol e diesel subiram, respectivamente, 2,74% e 1,06%, e as passagens aéreas aumentaram 5,54%, após ter subido ainda mais em março, 7,54%.
Os alimentos e bebidas também tiveram um impacto importante no IPCA , com uma inflação de 0,92% na prévia do mês. O tomate foi um dos destaques no ramo: 27,84% de alta em abril. Outro grupo com grande influência foi saúde e cuidados pessoais (1,13%).
Apenas o grupo de despesas com comunicação teve deflação, ou seja, queda de preços (-0,05%). As demais classes de despesas tiveram as seguintes taxas de inflação: educação (0,06%), despesas pessoais (0,12%), habitação (0,36%), artigos de residência (0,41%) e vestuário (0,57%).
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Expectativa anual e meta de inflação
A meta central de inflação estipulada para este ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia entre 2,75% e 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está estável há quase um ano no menor valor da série histórica, de 6,5%.
O mercado financeiro projeta uma inflação abaixo do centro da meta do governo, com uma taxa de 4,01% em 2019, indo a 4% em 2020, de acordo com o último Boletim Focus , relatório semanal divulgado pelo BC com participação de analistas.
No mês passado, o BC avaliou que a inflação
acumulada em 12 meses deveria atingir um pico em torno de abril ou maio, para depois recuar para um patamar abaixo do centro da meta estabelecida para 2019.