O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou, nesta quinta-feira (25), o decreto que pôs fim ao horário de verão brasileiro , em cerimônia no Palácio do Planalto. De acordo com o governo, estudos recentes comprovaram que a alteração no relógio já não cumpre mais sua função original, que era de economizar energia.
Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, no último horário de verão , que aconteceu entre o final do ano passado e o inícío deste ano, não foi registrada economia de energia. Estudos apontam que a alteração nos relógios vem apresentando menores resultados desde 2013, quando foram poupados R$ 405 milhões.
Nos anos seguintes, a economia de energia como resultado da mudança de horário passou a cair. Em 2014, R$ 278 milhões foram economizados, número que passou para R$ 162 milhões em 2015, e apenas R$ 147,5 milhões em 2016.
Histórico
Em vigor desde 1931, o horário de verão foi criado como uma estratégia do governo para gerar economia de energia, já que, durante a estação mais quente do ano, a maior utilização de eletricidade (como com os chuveiros, por exemplo) gerava picos de consumo e grande despedício. Com a luz solar por mais tempo durante o dia, a alteração no horário diminuía o uso de lâmpadas, chuveiro e outros aparelhos elétricos quando as pessoas voltavam do trabalho.
De lá para cá, o passar dos anos alterou o padrão de comportamento dos brasileiros, o que resultou em economia menor do que acontecia anteriormente. Agora, com mudanças de hábitos, como novos horários de trabalho e o uso maior do ar-condicionado, o impacto do horário de verão na redução de consumo de energia
é muito menor do que antigamente.
Apesar da redução comprovada pelos estudos, empresários do turismo já reclamaram da medida anunciada por Bolsonaro . Segundo eles, o horário de verão é um importante impulso aos negócios, sobretudo em cidades litorâneas. Associações de bares, restaurantes e hotéis também criticaram do fim do programa.
Horário de verão no mundo
Leia também: Governo diz que Nova Previdência vai gerar economia de R$ 350 bi para estados
O horário de verão é adotado atualmente em mais de 30 países, em todo como estratégia para reduzir o consumo de energia. Em locais de climas mais definidos, com verões e invernos bem caracterizados, a mudança no relógio costuma ter impacto maior nesses gastos.